Apesar de fazer uma campanha notável, se sustentando entre os quatro primeiros times da tabela do Campeonato Brasileiro por praticamente todas as rodadas até o momento, o São Paulo talvez viva seu momento mais instável na campanha. Dos últimos quatro jogos, o time paulista somou cinco pontos (dois empates e uma vitória), enquanto os rivais mais próximos, Internacional e Palmeiras, tiveram melhor rendimento (o primeiro teve duas vitórias e dois empates enquanto o segundo teve três triunfos e apenas um empate).
A sequência foi suficiente para ver o Colorado se aproximar e ultrapassar a equipe comandada por Diego Aguirre na liderança da competição, ao mesmo tempo que viu o Verdão se tornar uma ameaça real para a meta de se sagrar campeão. Os fatores para que isso acontecesse envolvem muito a questão do elenco.
Na metade do campeonato, o Tricolor viu o lateral-direito Éder Militão sair após negociação com o Porto, de Portugal. Para o lugar dele, Bruno Peres, trazido junto ao Torino, assumiu a posição. No entanto, por não ter feito pré-temporada, Bruno sente falta de ritmo de jogo e entrosamento com os companheiros em alguns momentos, o que, de certa forma, atrapalha o desempenho. A ofensividade no flanco direito do campo é um dos pontos que o atleta ainda não desenvolveu como esperado.
Além disso, a perda do meia Éverton, por lesão, também prejudicou o rendimento do conjunto, mesmo com a improvisação de Reinaldo, titular na lateral-esquerda, como ponta no mesmo lado. Edimar herdou a vaga no setor defensivo, porém não desenvolve o jogo da mesma forma que o camisa 14, apesar de não ser o elemento responsável pelo momento instável.
O conjunto é o ponto em questão. Apesar de ter uma escalação titular estável e consistente, a profundidade de elenco deixa a desejar. Na derrota contra o Atlético-MG, na última quarta-feira (5), quatro jogadores - com exceção do goleiro Lucas Perri - possuem dez ou menos jogos como profissional e completaram o banco de reservas. A ausência de Diego Souza, por exemplo, fez com que Santiago Tréllez assumisse a responsabilidade do comando de ataque, respaldado por Pedro Bortoluzo, Brenner e Gonzalo Carneiro (o último ainda tenta achar a forma ideal na equipe).
A instabilidade debaixo das traves também é um elemento a se destacar. Sidão é o titular de confiança de Aguirre, mas a torcida mostra impaciência com o jogador. A cada partida, uma falha, por menor que seja, é motivo de diversas críticas sobre a qualidade do jogador. O fato é que, desde a aposentadoria de Rogério Ceni, não houve um titular capaz de preencher a lacuna com segurança plena. Caso o desgaste alcance um nível maior, vale repensar outras alternativas para o setor.