Foi com alguma surpresa que, através das redes sociais, Mesut Özil anunciou que não voltará a jogar pela Seleção Alemã. Uma hipótese que já havia sido levantada pelo pai do jogador, e que acabou por se confirmar na tarde deste domingo.
A decisão foi tomada algumas semanas depois de a Alemanha, então campeã do mundo em título, ter sido eliminada do Mundial da Rússia de forma bastante precoce, ainda durante a fase de grupos. Antes, a foto que tirou com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em maio, também havia contribuído para a chuva de críticas de que foi alvo nos últimos tempos.
Na sua conta oficial do Twitter, Özil, de 29 anos, deu conta das razões que o levaram a abandonar a 'Die Mannschaft', pela qual contabilizou um total de 92 jogos disputados e 23 golos marcados.
22 de julho de 2018
22 de julho de 2018
22 de julho de 2018
"É com o coração pesado, e depois de muita consideração, que, devido aos recentes acontecimentos, deixarei de jogar pela Alemanha a nível internacional, ao mesmo tempo que fico com este sentimento de racismo e desrespeito. Eu costumava usar a camisola alemã com muito orgulho e emoção, mas agora não. Esta decisão foi extremamente difícil de tomar, pois sempre dei tudo pelos meus companheiros de equipa, pela equipa técnica e pelas boas pessoas da Alemanha", pode ler-se no longo texto divulgado pelo criativo do Arsenal.
"No entanto, quando pessoas importantes da DFB [Federação Alemã de Futebol] me tratam como me tratam, desrespeitam as minhas raízes turcas e, de forma egoísta, me transformam em propaganda política, então já chega. Não é por isso que eu jogo futebol, e não vou me sentar e não fazer nada a sobre o assunto. O racismo nunca deve ser aceite", prosseguiu.
Pela Seleção Alemã, Özil marcou presença nos Mundiais de 2010, 2014 e 2018, tendo sido peça fundamental no título conquistado em território brasileiro. Pelo turma germânica, disputou ainda os Europeus de 2012 e 2016.
Foi, sem sombra de dúvidas, um dos melhores jogadores da Seleção Alemã na última década.