Além da pandemia, da goleada contra o Bayern de Munique e da temporada sem títulos, Messi foi um terremoto no Camp Nou em 2020. O argentino tentou deixar o clube, criando uma das grandes novelas do início da atual temporada.
A vontade de sair era, também, uma consequência de um contexto de crise no Barcelona, situação que foi assunto de entrevista de Gerard Piqué a 'La Vanguardia'. O zagueiro teve palavras reveladoras sobre suas conversas com o craque e não poupou a diretoria.
"Pedi que Messi aguentasse. O Camp Nou tem que levar seu nome. Messi merece tudo. Lembro que mandei uma mensagem dizendo: 'É uma nova temporada e vem gente nova'. É um jogador que tem 16 anos no clube. É necessário chegar a um acordo com ele", iniciou o jogador.
Em palavras que atingem a postura do clube, Piqué cita outros craques históricos. "Surpreende-me que pessoas como Guardiola, Xavi, Puyol e Valdés não estejam no clube. É preciso mantê-los aqui porque fazem parte da história", disparou.
"Como o melhor jogador da história pode se levantar um dia e mandar um fax porque sente que não está sendo ouvido? É chocante demais", acrescentou.
Piqué também não esquece da saída do técnico Ernesto Valverde. "Não me pareceu coerente demitir um treinador em meio de temporada se venceu as duas anteriores", criticou.
“Nós (os capitães) somos convocados para uma reunião e uma mensagem é passada para nós, e parece que devemos aprovar ou desaprovar, quando dissemos: 'Senhores, essa é uma decisão que vocês devem tomar', diz ele.
O zagueiro ampliou o assunto 'hierarquia'. “O presidente deve ser o primeiro e depois o treinador deve comandar os jogadores. Quando essa hierarquia é quebrada, as coisas não funcionam. Se os jogadores em algum momento já tiveram poder é porque outras pessoas não quiseram exercê-lo”, declarou o zagueiro.
Piqué tem “impressões muito boas” com Koeman, que usa “uma mensagem muito direta que agrada o vestiário, e que aumentou a dose de trabalho”.