Depois de compararmos Cristiano Ronaldo e Johan Cruyff, para decidir qual é o maior jogador europeu da história, chegou o momento que vai mexer com as estruturas do futebol sul-americano... e até mesmo mundial.
Pelé ou Messi? Qual destes é a grande referência na história do esporte mais popular do mundo?
Para chegarmos o mais próximo de alguma resposta, escutamos dois jogadores que atuaram ao lado de cada um destes gênios.
MESSI, "O MELHOR DA MINHA GERAÇÃO"
Considerado por muitos na Europa, o maior jogador da história, Messi definiu um ‘antes e depois’ no futebol. Ao lado de Cristiano Ronaldo, domina as premiações individuais e elevou ainda mais o nível do Barcelona como uma potência europeia.
Com inúmeros recordes em seu nome, conquistou, dentre os principais troféus, quatro vezes a Champions League, soma três Mundiais de Clubes, nove Campeonatos Espanhóis e seis Copas do Rei. Entretanto, ainda falta um título com a Seleção Argentina. Mesmo assim, Belletti, que atuou ao lado do rosarino até 2007, não titubeia ao emitir a sua opinião sobre 'La Pulga'.
“Já falei muitas vezes. O Messi é o melhor jogador da minha geração”, afirmou com exclusividade, sem querer comparar o argentino a Pelé: ““Eu não vi o Pelé jogar...não dá pra comparar Pelé com Messi. Só quem viu os dois jogar, ou jogou contra ou com os dois. Eu sou a favor dessa tese”, concluiu.
PELÉ: MISTURA ENTRE MESSI E CR7?
Pelé também dispensa apresentações mais complexas: três vezes campeão do mundo com o Brasil, duas da Libertadores e Mundial com o Santos, dez títulos estaduais (em uma época na qual o torneio era mais valorizado) e seis vezes campeão do Brasil.
Considerado Atleta do Século passado, Edson Arantes do Nascimento ainda é visto por muitos como o maior da história. Pepe, que durante muito tempo atuou ao seu lado, não tem dúvidas.
“Quem viu o Pelé jogar sabe isso, e quem viu ainda mais de perto, como eu vi em pelo menos 12 anos... ele fazia coisas incríveis. O Messi também faz, mas o Pelé era mais alto, mais forte, cabeceava melhor, tinha mais impulsão. Tinha algumas coisas muito mais acentuadas do que o Messi tem”, disse para a Goal Brasil.
“O Messi é baixo, isso não impede que ele não seja um jogador maravilhoso, como o Maradona era. Essas comparações sempre vão acontecer. Eu jogava a 10, 15 metros do Pelé, jogamos juntos por 12 anos, eu nunca vi nada parecido. Para mim, ele era um ET, fazia coisas que eu não via outros jogadores fazerem”, explicou Pepe, que avaliou o ex-companheiro como uma mistura de Messi e CR7.
“Tinha a habilidade do Messi, e o cabeceio, a força, impulsão e arranque do Cristiano Ronaldo”.
Embora estejam separados por décadas no futebol, as opiniões de Belletti e Pepe acabam se complementando para chegarmos a um veredicto que, embora longe de alguma polêmica buscada por muitos, é tão simples quanto saudável para quem gosta de verdade do futebol: é impossível dizer qual foi melhor.
O melhor é separar a história futebolística em cortes diferentes de tempo, e avaliar o que cada um representou dentro do seu cenário específico.
“Quem tem o trabalho de comparar são sempre os jornalistas, os atletas não gostam de fazer isso. Não tem nada a ver. Eu acho errado fazer isso, não é certo comparar Pelé com Messi”, completa o ex-lateral, que foi decisivo [com gol!] no título europeu do Barcelona em 2006, o primeiro de Champions League na carreira do argentino.
“Acho que sim”, responde Pepe ao ser perguntado se o ideal é dividir essas avaliações em épocas distintas. “Essa comparação vai acontecer. E daqui a pouco vai aparecer outra fera, aparecem aí vários jogadores de qualidade”, concluiu, orgulhoso de seu passado, mas sempre de olho no futuro.