Pepe: "Ainda fico nervoso nessas finais"

O troféu da Copa do Rei viajou nesta segunda-feira, de trem, de Madri a Sevilha, onde no próximo sábado Barcelona e Real Madrid disputarão o título, e um de seus “guardiões”, o português Pepe, campeão com o time blanco em 2011 e 2014, conversou com a EFE sobre a decisão. Pepe e Julio Salinas, ex-jogador do Barcelona, atuaram como embaixadores dos clubes finalistas, durante o trajeto que levou o troféu até Sevilha, nesta quarta-feira.

O ex-zagueiro do Real Madrid comentou a atualidade do time de Carlo Ancelotti e compartilhou lembranças da final de 2011, vencida sobre o Barcelona (1-0), com um gol de seu compatriota Cristiano Ronaldo: "Ainda fico nervoso nessas finais, o sentimento pelo Madrid é muito especial. Quem já esteve lá sabe como é ver seu time jogar, ainda mais contra um grande adversário como o Barcelona", afirmou o português.

Pepe contou que antes desses jogos dormia bem, mas reconheceu que, à medida que o jogo se aproximava, ficava mais nervoso, embora com mais experiência os nervos passassem na hora do aquecimento. O ex-jogador também destacou que, antes dessas partidas, estudava muito bem os adversários, especialmente os atacantes, tanto os titulares como os que poderiam entrar: “Fazia também respirações profundas e depois encarava o jogo como se fosse o último, para dar o meu melhor pelo time”, acrescentou.

"Sabia que minha área era o meu território"

Sobre a Copa do Rei de 2011 conquistada com o Real Madrid sob o comando de José Mourinho, Pepe disse que foi “importante porque foi crucial vencer aquele Barcelona de Pep Guardiola”, já que todos “davam como certa a vitória do Barça”.

“Fizemos um grande jogo, viramos a situação, e a partir dali o Madrid começou a ganhar... finais de Champions League, Copas do Rei. Por isso foi algo muito especial”, ressaltou.

O ex-defensor também revelou o plano de Mourinho para vencer aquela final: “Tínhamos que ter em mente que não era impossível. O Barcelona fazia muita posse de bola, mas nós tínhamos que ser mais verticais, mais rápidos na transição... Mou nos fez entender que juntos, como equipe, como família, tínhamos chance de vencer, e foi o que aconteceu”.

Sobre o que um zagueiro precisa ter para jogar no Real Madrid, Pepe disse: “O que o Asencio está fazendo é o que se precisa para jogar lá. Ele é rápido, forte, antecipa bem a leitura do jogo e estuda bem os adversários”. Ele também elogiou o alemão Antonio Rüdiger: “A inteligência do Rüdiger é muito importante. Ele é um zagueiro muito inteligente, entende o que o jogo pede, e um zagueiro precisa ter isso”, disse.

Quanto ao VAR e à maneira de defender hoje em dia, afirmou que os defensores agora têm “um pouco mais de medo por causa do VAR”, pois no futebol “sempre vai existir o contato”. Para finalizar, Pepe comentou: “Quando eu estava em campo, pensava que quanto mais longe a bola estivesse da minha área, melhor pra mim, e pensava no que poderia fazer para afastá-la. Conversava muito com meus companheiros... Sabia que minha área era meu território, meu habitat”, destacou.