Rival do Brasil neste sábado, o Peru não é só o último confronto da primeira fase da Copa América, ou o time que ameaça o primeiro lugar da seleção no Grupo A. Para parte significativa deste elenco, Guerrero e companhia são uma espécie de trauma, uma história mal resolvida que marcou um dos momentos mais baixos do Brasil nos últimos dez anos, justamente o único em que o time verde-amarelo tentou sobreviver sem Neymar.
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Foi contra o Peru, no último duelo da primeira fase da Copa América 2016, que Dunga fez o último jogo de sua segunda passagem como treinador da seleção. O Brasil, que havia empatado com o Equador e goleado o Haiti, caiu diante da seleção andina com um gol de mão e foi eliminado na primeira fase da Copa América, uma vergonha até para uma equipe sem Neymar, seu principal astro, poupado para a Olimpíada que ocorreria em algumas semanas.
Se o Brasil é de Neymar desde 2010, essa foi a primeira vez que o time realmente tentou viver sem seu dono. Foi a primeira vez que o craque maior foi ausência deliberada. Em 2014, lesionado, e 2015, suspenso, o atacante esteve fora à revelia dos treinadores de ocasião e durante o torneio. Era a chance de encontrar novos protagonistas enquanto o principal jogador era poupado para a prioridade do ano.
O 1 a 0 em Boston, EUA, no fim, acabou sendo um dos pontos mais baixos de uma década anormalmente ruim para o Brasil. Do elenco atual de Tite, seis jogadores eram titulares naquele dia: Alisson, Daniel Alves, Miranda, Filipe Luís, Coutinho e Willian.
“Eu estava lá, assistindo do banco, estava presente, sei como foi. São detalhes que fazem diferença nesses momentos importantes e decisivos. A gente tentou de tudo, martelou, acabou tomando um gol de mão”, disse Marquinhos, hoje titular com Tite, sobre aquela lembrança.
A ausência de Neymar deste ano é mais ocasional, relacionada à lesão que o camisa 10 sofreu de última hora. Só que o tempo que Tite teve para preparar o time faz com que essa Copa América também tenha ares de experiência, com críticos e torcida em busca de novos protagonistas.
A situação, claro, não é a mesma. Embora tenha os mesmos quatro pontos de 2016, o Brasil lidera o grupo A e dificilmente perde a vaga no mata-mata. Para passar em primeiro, provavelmente bastará apenas um empate com Guerrero e companhia. Só que o reencontro não deixa de ser um teste para quem reprovou nesta prova há três anos.