A XP Investimentos tornou-se a principal parceira do Cruzeiro na busca por investidores, após a transformação do clube em SAF (sociedade Anônima do Futebol), o que aconteceu na tarde dessa segunda-feira (30). A empresa chegou ao clube por meio do empresário Régis Campos, presidente da construtora Emccamp Residencial e parceiro da gestão de Sérgio Santos Rodrigues.
Amigo de um dos líderes da corretora – Pedro Mesquita –, Régis Campos fez a ponte entre as partes, conforme apurado pelo portal 'GOAL'. Há um desejo da clientela da XP Investimentos de investir em futebol. O Cruzeiro, por ser pioneiro na transformação em clube-empresa, foi quem recebeu o primeiro contato da companhia à procura de parceiros. As partes trabalham há alguns meses na busca de interessados em aportar investimentos na Toca da Raposa II.
A corretora já apresentou alguns investidores ao clube nos bastidores. Entretanto, ainda não foi feita uma proposta oficial para que seja comprado um percentual da Raposa.
O Estatuto do Cruzeiro permite apenas 49% de alienação – ou seja, os investidores não podem adquirir mais que esse percentual das ações na SAF. Isso daria o controle do clube, mas limitaria o retorno financeiro. Os interessados em se tornar acionistas pleiteiam ter, no mínimo, 50,1% das ações devido à possibilidade de aumentar a rentabilidade.
Há ainda um segundo ponto: a Lei da SAF, aprovada no Congresso Nacional, exige que os clubes destinem 20% da receita ao pagamento de dívidas. Isso significa que 80% do faturamento seria dividido entre clube associativo e investidores. Com a atual distribuição do percentual, os parceiros teriam direito a 49% do valor restante, o que significaria cerca de 39% da arrecadação total. Por isso, os possíveis investidores pleiteiam uma participação maior nas quotas.
Na noite dessa segunda-feira (29), o presidente Sérgio Santos Rodrigues se reuniu com membros do Conselho Deliberativo a fim de discutir questões envolvendo a transformação do clube em SAF. No encontro, os membros do clube associativo deram sinal positivo para a mudança do Estatuto, permitindo que o clube associativo tenha menos de 51% das ações. Entretanto, para a alteração do texto, deve haver uma votação formal, com aprovação de dois terços do Conselho Deliberativo. Ainda não há uma data para que isso seja votado.