Paulo Henrique Ganso é, enfim, jogador do Fluminense. O clube carioca e o Sevilla chegaram a um acordo pelo meia, que rescindiu com o clube andaluz antes de assinar um vínculo válido por cinco anos com o Tricolor. Considerado um dos jovens mais promissores há cerca de dez anos, o habilidoso meio-campista não conseguiu ser o craque que todos esperavam. Por isso, muitos se perguntam: seria um acerto apostar nele?
Contratado pelo Sevilla por € 9,5 milhões (cerca de R$ 34,4 na cotação da época) em 2016, quando estava no São Paulo, Ganso não teve boa passagem pelo clube espanhol: foi titular em 19 ocasiões do seu total de 28 partidas. E ainda que tenha feito sete gols, não entregou a intensidade que os seis treinadores tidos pela equipe desde então (Sampaoli foi um deles) queriam. Foi por isso que, no início desta atual temporada europeia, o brasileiro foi emprestado para o Amiens, da França.
Na Ligue 1, só completou os 90 minutos de uma partida uma vez. Considerando os meio-campistas que disputaram um mínimo de dez jogos (Ganso fez 12), o brasileiro está no Top 10 dentre os que menos começaram entre os titulares (apenas cinco vezes). Isso em uma equipe que não tem grandes nomes e luta contra o rebaixamento na França. O Amiens não é um time com muitos pontos fortes, e por isso a passagem de Paulo Henrique Ganso pela França pode ser vista como mais uma decepção em uma carreira que prometia muito mais do que acabou se tornando.
Mas ainda que não tenha conseguido muitas oportunidades em uma equipe fraca da França, a sua habilidade segue a aparecer vez ou outra. Ganso está no Top 15 dos meio-campistas com melhor aproveitamento em passes dados no campo adversário (85.7% segundo a Opta Sports) e entre os seis com a melhor média dos passes que terminam no terço final do adversário (82.9%) após 22 rodadas de Ligue 1. É também o jogador de sua posição que mais deu assistências para a equipe, embora tenham sido apenas duas.
A comparação com Sornoza, principal articulador do Fluminense em 2018 e que já acertou com o Corinthians para 2019, mostra que no geral o equatoriano era mais efetivo para combater e finalizar. Paulo Henrique teve – segundo apontado no quadro abaixo - uma média melhor na parte dos passes. E aí que mora o grande acerto de sua escolha pelo Fluminense. Ou ao menos para o que o Tricolor promete ser em 2019.
Sob o comando de Fernando Diniz, Ganso terá o treinador que mais valoriza a ideia de jogar o máximo possível com a bola nos pés – algo que, segundo pesquisa recente, de fato aumenta as chances de vitória. Na França, o Amiens não sabe o que quer em seu estilo de jogo: é ruim tanto nos passes longos quanto nos curtos e não tem uma identidade tão aparente.