Paulinho atraía olhares de algumas das principais potências do futebol europeu. Por isso, surpreendeu quando veio a notícia de seu acerto com o Bayer Leverkusen, quinto colocado na tabela da Bundesliga alemã.
Mas, assim como as decisões que vinha tomando dentro de campo pelo Vasco, o jovem de 17 anos acertou em cheio nos motivos que o fizeram escolher pelo ‘clube da Aspirina’: ter maiores oportunidades para desenvolver o seu futebol na Europa.
“A decisão foi minha (...) Vou procurar me desenvolver para ter uma boa carreira e chegar aonde eu quero. O projeto foi muito importante, por tudo o que me apresentaram, o desenvolvimento da minha carreira (...) Espero que lá consiga me desenvolver", disse nesta sexta-feira (27) a venda mais cara da história de São Januário: € 18,5 milhões de euros, com o Vasco retendo 10% de seus direitos econômicos.
E foi talvez a maior venda anterior do Gigante da Colina que comece a nos ajudar a entender o quão certa foi a decisão de Paulinho. Vendido por € 12 milhões ao Manchester City, um dos principais times da atualidade, Douglas foi emprestado diretamente para o Girona. Na equipe catalã [que faz boa campanha em seu ano de acesso à elite], foi titular apenas uma vez nos 15 embates que disputou na liga espanhola – apesar de seu talento.
No Leverkusen, Paulinho terá uma cidade calma e que sabe receber muito bem os jogadores brasileiros. "É parte da cultura deles, ter um brasileiro. Eles gostam de nós. Os que foram tiveram êxito”, disse para 'Goal' o ex-jogador Tita, o primeiro e brasuca e o que mais fez história no clube – no qual conquistou a Copa da UEFA em 1988.
Isso também pesou para Paulinho, que tem passado e presente para validar a sua decisão pensando no futuro: a grande maioria dos brasileiros que foram para o Leverkusen teve uma carreira de destaque nos principais clubes europeus. E quem não rumou para um gigante do Velho Continente, aperfeiçoou muito o seu futebol: foi o caso de Renato Augusto, que depois da passagem pela Alemanha se tornou um dos principais nomes do Corinthians e até hoje está na Seleção Brasileira apesar de jogar na China.
Atualmente, o único brasuca dos Aspirinas é Wendell. O lateral esquerdo é titular absoluto, e já mostrou futebol o suficiente para ser convocado à Seleção principal de Tite.
Jogo após jogo, vários atletas dizem que o foco está no objetivo mais próximo. Paulinho segue meticulosamente isso na busca para construir uma carreira vitoriosa, se esforçando no curto prazo sabendo que ao aliar aprendizado, oportunidade e talento, o futuro mais distante pode o alçar à condição de um dos principais meio-campistas da Europa. O primeiro passo para isso parece ter sido bem dado.