Presidente da Conmebol gera polêmica ao comparar Libertadores sem brasileiros a "Tarzan sem Chita"

De acordo com o Globo Esporte, a declaração foi feita durante entrevista após o sorteio dos grupos da Libertadores e da Copa Sul-Americana 2025, em Luque, no Paraguai. A fala gerou forte reação de dirigentes brasileiros, especialmente em um contexto de críticas à postura da entidade diante de casos recentes de racismo no futebol sul-americano.
A analogia surgiu em resposta à possibilidade levantada por Leila Pereira, presidente do Palmeiras, de que os clubes brasileiros deveriam deixar as competições organizadas pela Conmebol. A sugestão veio após punições consideradas brandas ao Cerro Porteño, cujo torcedor cometeu atos racistas contra o jogador Luighi, do Palmeiras, durante a Libertadores Sub-20. Domínguez tentou minimizar a ideia e afirmou: "Isso seria como Tarzan sem Chita. Impossível".
A declaração foi amplamente criticada no Brasil. Dirigentes de clubes brasileiros expressaram incredulidade e exigiram uma retratação formal. Leila Pereira classificou o comentário como "desastroso" e "provocativo", especialmente diante do aumento das cobranças por medidas mais severas contra o racismo. Em resposta às críticas, Domínguez publicou um pedido de desculpas nas redes sociais, afirmando que utilizou uma expressão popular sem intenção de ofender ou desqualificar ninguém. Ele reiterou seu compromisso com respeito e inclusão no futebol.
Tarzan é um personagem fictício criado por Edgar Rice Burroughs em 1912. Ele é o filho de aristocratas britânicos que, após um naufrágio, é abandonado na selva africana. Tarzan é adotado por uma tribo de macacos chamados "Mangani" e cresce na selva, desenvolvendo habilidades físicas e mentais excepcionais. Chita, também conhecida como Cheeta, é um chimpanzé que acompanha Tarzan em muitas das adaptações cinematográficas do personagem.
Antes da polêmica declaração, Domínguez havia discursado em português condenando o racismo e reconhecendo que as sanções aplicadas pela Conmebol não são suficientes para combater o problema. No caso envolvendo Luighi, a punição ao Cerro Porteño incluiu portões fechados em jogos da Libertadores Sub-20 e uma multa de 50 mil dólares, valor considerado baixo pelos críticos.
A fala de Domínguez intensificou o clima de insatisfação entre os clubes brasileiros com a Conmebol. Alguns dirigentes chegaram a discutir alternativas para pressionar a entidade por mudanças estruturais no combate ao racismo, incluindo a possibilidade de migração para outras confederações como a Concacaf.
A situação reforça a necessidade de ações concretas e coordenadas para erradicar o racismo no futebol sul-americano, um desafio que vai além das declarações públicas e exige medidas efetivas.