O juiz criminal Gustavo Amarilla disse à mídia na sexta-feira que considera prudente que Sousa Lira permaneça na prisão porque ele não tem raízes no país, enquanto se aguarda a avaliação da propriedade rural de 18 hectares que ele ofereceu como garantia para se valer de alguma medida alternativa.
A defesa do brasileiro também discutiu problemas de saúde e riscos de contágio do COVID-19 na prisão de Tacumbú, em Assunção, onde seu cliente está detido, algo que também não foi admitido pelo magistrado.
Além disso, afirmou que o Ministério Público se opõe à libertação de Sousa Lira, considerando que existem processos pendentes no caso, nos quais ele é acusado de alegada produção de documentos falsos e associação criminosa.
O brasileiro foi detido na noite de 4 de março no mesmo hotel em que Ronaldinho e seu irmão Roberto ficaram depois de chegar a Assunção para promover um evento de caridade para uma fundação liderada pela empresária Dalia López.
Em sua declaração de investigação, Sousa Lira alegou que os documentos foram entregues a ele por López no aeroporto, para que ele pudesse entregá-los aos irmãos de Assis Moreira.
A ex-estrela do Barcelona, Paris Saint-Germain e Milan deixaram São Paulo junto com seu irmão e consultor de negócios com documentação brasileira e em Assunção exibiram os passaportes adulterados com seus respectivos nomes.
López é identificado pelo Ministério Público como o suposto chefe de uma rede dedicada a "facilitar a preparação e o uso de documentos de identidade e passaportes falsos".
O fato levou a um escândalo que levou à renúncia do então diretor de migrações Alexis Penayo e à abertura de um caso em que o Ministério Público acusou mais de vinte pessoas, incluindo vários funcionários públicos.
Desde então, Ronaldinho Gaúcho e seu irmão passaram um mês em detenção preventiva em uma delegacia que serve de prisão, até que, em 7 de abril, concedeu-lhes prisão domiciliar após uma fiança de US $ 1,6 milhão.
Os dois irmãos cumprem essa medida alternativa em um hotel no centro de Assunção, sob custódia policial e com a proibição de deixar o Paraguai.