PSG, campeão da Ligue 1

Acabou. Depois de ter encerrado a rodada passada como campeão virtual, o PSG confirmou a conquista. Mal começou abril, e o time parisiense já é campeão da Ligue 1 — e de forma avassaladora. Seja qual for o ponto de vista, o domínio foi absoluto. A equipe levantou o troféu sem sofrer derrotas, cedendo apenas 5 empates em 28 partidas. O título foi selado com uma sequência atual de 9 vitórias consecutivas, que ampliou a vantagem para os perseguidores para mais de 20 pontos.
Este é o 13º título francês do Paris Saint-Germain, o quarto consecutivo e, mais impressionante ainda, o 11º nas últimas 14 edições, o que confirma sua hegemonia e rápida consolidação como potência do futebol francês desde sua atual fundação, em 1970.
O time de Luis Enrique não teve concorrência real na temporada. Apenas na 7ª rodada o PSG deixou de liderar a tabela, e já na 19ª rodada, no fim de janeiro, abriu 10 pontos de vantagem para o segundo colocado e desde então só aumentou a diferença. O adversário que mais se aproximou de vencê-los foi o Stade Reims, que conseguiu dois empates por 1 a 1. Nice (1-1), Nantes (1-1) e Auxerre (0-0) também arrancaram pontos com empates.
Muitos olhos estavam voltados ao PSG após a saída de Kylian Mbappé. E ainda que se argumente que a Ligue 1 não é um grande desafio para um clube desse porte, o fato é que Kylian ainda era apenas um estreante no Monaco na última vez em que o PSG demonstrou tanto domínio no campeonato, em 2015-16. Naquela temporada, sob o comando de Laurent Blanc, o elenco contava com Thiago Silva, David Luiz, Verratti, Pastore, Cavani, Di María, Ibrahimovic e Lucas Moura. Aquela versão só perdeu na 28ª rodada e confirmou o título duas rodadas depois.
Mas agora não é só um PSG sem Mbappé — é também o primeiro sem Messi e Neymar. Uma nova era teve início após 2017, ano do investimento bilionário no craque brasileiro. Sem nenhum dos três, Luis Enrique formou uma equipe autoral, que aprendeu a vencer como coletivo, além de contar com atuações individuais importantes, como a de Ousmane Dembélé.
Dembélé vive uma grande fase e é sério candidato à artilharia da Ligue 1. Com desempenho "a la diesel", engrenou em dezembro e disparou até o título, somando 21 gols e 6 assistências em 27 jogos. Nos primeiros 12, havia marcado apenas 5 gols e dado 5 assistências.
Outro destaque do setor ofensivo é o jovem Bradley Barcola, de 22 anos, que também superou os 20 gols entre bolas na rede e assistências — especialmente brilhando na primeira metade do campeonato.
O sucesso vai além dos nomes tradicionais como Donnarumma (goleiro menos vazado), Marquinhos, Fabián Ruiz ou Achraf Hakimi. O time vencedor da temporada também foi moldado por jovens promissores:
Willian Pacho, uma das grandes revelações da defesa;
Vitinha e João Neves, motores do meio-campo;
Désiré Doué, renovando o setor ofensivo.
Além disso, Kvaratskhelia foi contratado no inverno para fortalecer o time na Champions League.
Essa foi a segunda Ligue 1 conquistada por Luis Enrique, que, até o momento, venceu todas as competições domésticas desde sua chegada a Paris (2 Supercopas e 1 Copa, e está nas semifinais da atual edição).
Apesar do foco inevitável na Champions League, o PSG ainda tem chance de quebrar recordes nas rodadas restantes. Já conquistou o recorde de maior pontuação em uma Ligue 1, com 18 clubes. Embora esse formato tenha sido adotado apenas nas últimas duas temporadas e entre 1997-98 e 2001-02, os 76 pontos atuais do PSG já superam os 72 do Bordeaux em 1998-99 — e a equipe ainda pode aumentar essa marca.