Pela primeira vez em 21 anos, o Barcelona não conseguiu sobreviver à fase de grupos da Champions League. Depois de seis jogos, apenas dois gols marcados e um total de nove sofridos, os catalães se despedem da Liga dos Campeões. O prêmio de consolação é a Europa League, que ainda que tenha sua importância, evidentemente, hoje não deixa de ter uma certa cara de ‘rebaixamento’ aos catalães.
A queda na Champions antes mesmo de chegar às oitavas de final é mais um marco do péssimo momento vivido pelo Barça nos últimos anos. Talvez seja até o que tenha o maior caráter derradeiro. Se nas temporadas anteriores o Barcelona aparentava aquele clima de “fim de festa”, a impressão agora é que de fato esta festa acabou. E que festa foi essa? Estamos falando do período mais vitorioso na história do clube catalão, aquele que começou com a chegada de Ronaldinho Gaúcho e terminou com a saída de Lionel Messi.
A última vez que o Barcelona ficou de fora do mata-mata da Champions, e acabou jogando a Europa League, foi em 2000/01. Naquela época, o Barça tinha apenas um título do máximo torneio de clubes europeus; hoje soma cinco. Naquela época o clima no clube era ruim e os jovens então desconhecidos começavam a aparecer como salvação em meio às sucessivas crises; o clima hoje é parecido, também é péssimo, mas no meio disso tudo houve o auge. E houve Messi, a estrela que acabou deixando o Camp Nou no início desta temporada para defender o PSG.
Ver o Barcelona sem Messi é um marco da decadência recente do clube especialmente pela forma como o argentino saiu daquele que parecia ser, e não foi, o seu único clube.
Houve outros marcos que apontaram um Barça ladeira abaixo após 2015 (ano de sua última conquista de Champions), e boa parte deles foi escrito pelo algoz desta última rodada da fase de grupos da Champions 2021/22: o mesmo Bayern de Munique que agora bateu os blaugranas por 3 a 0, antes havia os eliminado das quartas de final em 2020 aplicando uma goleada histórica por 8 a 2. Uma humilhação. Nos últimos quatro jogos entre os gigantes, os alemães venceram todos e somaram um placar agregado de inacreditáveis 17 a 4.
Mas apesar da decadência já visível nas últimas temporadas, ao menos havia uma esperança (ainda que falsa) ao ver o Barça chegando aos mata-matas da Champions. Em meio aos inúmeros erros de tomada de decisão das diretorias dos últimos anos, fato é que, hoje, nem isso mais foi atingido. A realidade bateu sem dó nem piedade.