Fred deixou transparecer uma insatisfação em relação ao trabalho do técnico Mano Menezes, no Cruzeiro, após a eliminação para o River Plate nas oitavas de final da Libertadores, nesta terça (30), dentro do Mineirão.
Pela terceira vez nos últimos cinco jogos, o camisa 9 começou uma partida no banco de reservas – com Mano optando mais uma vez por Pedro Rocha no comando de ataque. Fred entrou somente na metade do segundo tempo, mas sequer completou uma finalização no empate sem gols que levou a disputa para os pênaltis [onde os argentinos levaram a melhor depois que Armani defendeu as cobranças de Henrique e Deivid].
“Entendo que é uma característica do Mano de marcar bem lá atrás, sair no contra-ataque, e eu não me encaixo nessas características dele”, disse Fred após a eliminação. “A gente está jogando o jogo para fazer isso mesmo, pra ganhar de 1 a 0, pra passar de fase, principalmente nesses mata-matas. (O Mano) Está poupando todo mundo no Brasileiro, então é natural sofrer. No último jogo, nós jogamos com oito moleques, com muita qualidade, personalidade, mas sem treinar com a gente. Mas o nosso time está jogando, as características estão sendo para criar pouco, mas matar o jogo. Com jogadores decisivos que estão lá na frente são rápidos e fortes".
Não foi a primeira rusga entre Fred e Mano Velhas diferenças
Entre 2011 e 2012, quando Mano Menezes era treinador da seleção brasileira e Fred estava no auge de sua carreira, no Fluminense, houve outro entrevero entre ambos. Na época, o comandante, assim como vem fazendo recentemente, optou por uma escalação com um atacante de maior movimentação e diminuiu as chances do centroavante na equipe nacional. O camisa 9 não gostou e fez questão de deixar isso evidente.
“Eu nem penso em Seleção enquanto o Mano estiver lá, cara. Desde o jogo contra o México que não tinha centroavante para jogar e ele colocou o Lucas para jogar de centroavante de costas, e eu fiquei no banco e nem entrei, ali eu vi que realmente o Mano não gosta do meu trabalho. Sou atacante, vivo de gols, estou fazendo gols. Então, não sei mais o que ele quer. Mas eu respeito. Mas o que eu falei, enquanto o Mano estiver no comando da Seleção, eu não crio expectativa nenhuma para ir para Seleção”, afirmou ainda em 2012, antes de reencontrar o técnico no Cruzeiro.
Dias atrás, questionado pelas recusas de Fred em conceder entrevistas, Mano Menezes chegou a defender o atacante: “Normalmente quem sofre mais é o centroavante”, afirmou.
Fred não estufa as redes há 14 jogos, e vive o maior jejum de gols em sua carreira. Já o Cruzeiro de Mano Menezes alcançou, considerando toda a história do clube, a maior sequência sem estufar as redes. Enquanto atacante e treinador reascendem antigas diferenças, quem não fica nada bem é o Cruzeiro.