Quem é Eduardo Coudet, treinador do Internacional para 2020?

O Inter confirmou, nesta segunda-feira (16), quem será o seu treinador para a temporada 2020: Eduardo Coudet, ex-treinador do Racing-ARG. “Chacho”, como é conhecido entre os hermanos, é um dos nomes que fazem parte dessa nova geração de treinadores argentinos, junto de nomes como Marcelo Gallardo, do River, o elogiadíssimo Gabriel Heinze, do Vélez Sarsfield ou Matías Almeyda, hoje na MLS: ex-jogadores de seleção, que praticam um futebol ofensivo, intenso e vertical, com métodos de treinamento modernos e com apreço pelo trabalho com categorias de base.
Essa 'proliferação' de treinadores com esse estilo não acontece à toa: são ex-atletas que estavam em atividade no final dos anos 90 e no começo dos 2000, época em que Marcelo Bielsa comandou o time principal da Argentina. O atual técnico do Leeds, vencedor de um prêmio de fair play no The Best Fifa deste ano, deixou discípulos assumidos como Pep Guardiola e Mauricio Pochettino, dois dos nomes mais falados da atualidade. Coudet, por sua vez, é mais um membro dessa escola “bielsista”.
Como jogador, Coudet foi um bom meio-campista, que fez história com duas camisas importantes do futebol argentino: o Rosario Central e o River Plate. No auriazul logo se tornou ídolo, por suas boas atuações e por declarações inflamadas na imprensa contra o Newell’s Old Boys, ex-clube de Messi e maior rival na cidade de Rosario.
Nos Millonarios, foi titular e peça importante em uma das eras mais vencedoras do River Plate nacionalmente, com um título do Torneo Apertura e quatro do Clausura. Nos torneios continentais, entretanto, teve menos sorte, com eliminações sofridas e várias decepções, chegando até a ser eliminado pelo Grêmio, em 2002.
Mas Coudet foi se 'superar' mesmo como treinador e, em poucos anos na função, já é considerado um dos mais promissores técnicos da Argentina. O ex-jogador recebeu a primeira oportunidade em 2015, no comando do clube que o consagrou, o Rosario Central: "Chacho" pegou uma equipe que havia ficado em 15º lugar do Campeonato Argentino, em 2014, e a levou para uma inesperada terceira colocação.
Na Libertadores do ano seguinte, o Rosario se classificou no grupo do Palmeiras e Coudet teve sua “vingança” contra o Grêmio, eliminando a equipe então treinada por Roger Machado nas oitavas, acabando por cair nas quartas-de-final da competição para o Atlético Nacional, eventual campeão do torneio.
Resultados ruins apareceram, e o ídolo acabou deixando o Central em 2017. Depois de uma passagem apagada no Tijuana, do México, Coudet assumiu o Racing no meio da temporada 2017/18 da Superliga. Foi lá que ele se consagrou de vez como técnico, conquistando o Campeonato Nacional por La Academia, saindo de uma fila que já durava cinco anos.
Com jogadores consagrados como o ídolo Lisandro López, ex-Inter, e o chileno Marcelo Diaz, o argentino conseguiu uma campanha histórica com o Racing e colocou seu nome na história do clube. Na equipe vencedora, Coudet utilizou um esquema incomum no futebol brasileiro nos últimos anos, parecido com o adotado por Jorge Jesus no comando do Flamengo: o 4-1-3-2.
A equipe de “Chacho” priorizava a manutenção da posse de bola e um estilo ofensivo, já que com dois pontas muito abertos, um meia construtor e dois atacantes que participavam do jogo, o Racing conseguia fazer triangulações e sobrecarregar lados do campo, possibilitando um volume de jogo muito elevado.
Dentro desse esquema, era muito comum, dependendo do adversário, que Coudet mudasse o posicionamento dos jogadores em campo, abrindo os meias para ter amplitude e verticalidade nas pontas ou sobrecarregando a zona central do relvado para fazer um jogo mais cadenciado.
"O Sport Club Internacional comunica que Eduardo Coudet assume o comando técnico da equipe até o final de 2021. O treinador chega a Porto Alegre na próxima quarta-feira (18/12) para assinar contrato com o Clube. O último trabalho de Coudet foi no Racing, onde sagrou-se campeão argentino da temporada 2018/2019 e conquistou o título do Troféu dos Campões no último sábado (14), derrotando o Tigre na final", informou o clube gaúcho em comunicado oficial nesta segunda-feira (16).
"Junto ao treinador, chegam o auxiliar Ariel Broggi, os preparadores físicos Octavio Manera e Guido Cretari e o analista de desempenho Carlos Fernández".
No Internacional, uma possível escalação que utilizaria este 4-1-3-2 seria: Lomba; Heitor (Bruno), Moledo, Cuesta e Zeca; Edenílson (Lindoso); Patrick (Wellington Silva), D’Alessandro e Nico López; Sóbis e Guerrero