Na primeira rodada de jogos de seleções nesta última semana, tivemos como destaques o empate sem gols entre Portugal e Ucrânia pelas eliminatórias da Euro 2020 e a derrota da Argentina contra a Venezuela por 3 a 1, ambos na sexta-feira (22).
Nos dois jogos tivemos as voltas de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi às equipes nacionais. Apesar de ambos não terem conseguido a vitória, percebeu-se uma diferença nítida no desempenho dos times no nível de apoio em termos de elencos quando os principais nomes não rendem.
PORTUGAL: TRABALHO CONSOLIDADO E FUTURO PROMISSOR
Os 298 anos de idade dos onze iniciais do jogo contra a Ucrânia e os 27,09 de média revelam um trabalho consolidado feito por Fernando Santos à frente da seleção de Portugal. A renovação da equipe não se nota tanto pelos nomes que estão entre os titulares, apesar de haver jogadores como Bernardo Silva, do Manchester City, Rúben Neves, do Wolverhampton e Raphael Guerreiro, do Borussia Dortmund, que despontam como o futuro dos Quinas.
Apesar de haver extremos de experiência com Pepe (36), do Porto, João Moutinho (32), do Monaco e o próprio Cristiano Ronaldo (34), da Juve, o time tem feito uma transição positiva entre gerações com Rúben Dias (21), do Benfica, André Silva (23), emprestado pelo Milan ao Sevilla e João Cancelo (24), da Juventus como pilares.
Entre os convocados no geral, os próximos anos parecem bons aos lusitanos pela presença de jovens protagonistas e que despertam interesse ao redor da Europa. Um exemplo disso é o atacante João Félix, de apenas 19 anos, é tratado como joia no Benfica e é observado pelos principais clubes do continente.
O próximo ciclo de Portugal chama a atenção e pode render alegrias aos torcedores, tal como na Euro 2016, em que a equipe foi campeã na França contra os donos da casa. Os “coadjuvantes” do elenco liderado por CR7 são capazes de dar apoio efetivo e aparecer em momentos importantes.
ARGENTINA: BRILHO DE UMA ESTRELA SÓ
A Argentina vive uma reestruturação no sentido literal da palavra. Desde a Copa do Mundo da Rússia, boa parte dos principais nomes do elenco não estão presentes, como os atacantes Sergio Agüero e Gonzalo Higuaín. A idade somada dos jogadores que começaram o duelo contra a Venezuela é de 277 anos, que equivale a 25,18 de média.
Nesse pós-Mundial, Lionel Scaloni tem forçado a transição de gerações com a ascensão de nomes relativamente novos como o de Lautaro Martínez, jogador da Inter de Milão de 21 anos, Gonzalo "Pity" Martínez, de 25 anos e que se transferiu no começo do ano para o Atlanta United e Gonzalo Montiel, defensor do River Plate e que tem 22 anos.
Essa mudança brusca tem se mostrado ineficiente em termos de resultados, haja vista a derrota no último compromisso. Em campo, o que se viu foi a falta de apoio a Lionel Messi que, sozinho, precisa elevar o nível dos que estão ao seu redor e nem sempre estão aptos para tal, seja por inexperiência ou por falta de competitividade nas ligas nacionais, como nos casos de Pity e Montiel, que disputam campeonatos nos Estados Unidos e Argentina, respectivamente.
Para que o trabalho seja satisfatório e bons resultados sejam obtidos, ou seja, que os títulos sejam conquistados, a albiceleste precisa mostrar mais do que tem feito, de modo que mais um ciclo não seja desperdiçado e que Messi não seja o único ponto positivo de mais um ciclo que falhou.