“Final de Copa do Mundo”. Foi assim que Zé Ricardo se referiu ao jogo contra o Palmeiras, na véspera da partida que terminou empatada em 2 a 2 na última quarta-feira (20). O resultado deixou os torcedores rubro-negros revoltados, e aumentou ainda mais a pressão em cima do treinador.
Dentre o descontentamento geral após o terceiro jogo sem vitórias. A sequência sem vitória não é a pior do time no Brasileirão 2017 [ficou quatro jogos sem vencer, entre três empates e uma derrota da rodada 3 até a 6], mas representa um ponto importante no time com elenco mais valioso do país.
O cenário dos gols palmeirenses foi o mesmo do gol sofrido no empate para o Cruzeiro, uma rodada antes. E de outros dois tentos sofridos ao longo do Brasileirão. Terceira melhor defesa do campeonato – era a segunda até sofrer os gols alviverdes -, 5 dos 12 gols sofridos pelo Flamengo vieram em contra-ataques adversários. Mas por que a equipe de Zé Ricardo tem sido pego tanto com “a calça curta”, como dizem no jargão boleiro?
M.Araújo e Diego são os que mais trocam passes no ataque: 363 e 395 (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
Considerado um dos times mais técnicos do país, o Flamengo é a equipe que mais retém a bola até a 15ª rodada do Brasileirão – média de 57,9% de posse de bola – e tem um bom aproveitamento nos passes trocados dentro do campo adversário [76,6%, menos apenas ao do São Paulo - ou seja, não é isso que vai dizer se o seu time está bem ou não].
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Além disso, é o time que menos sofreu tiros a gol em toda a competição. A frieza dos números aponta que a equipe comandada por Zé Ricardo tem uma defesa sólida. No entanto, curiosamente passou a levar mais gols após a lesão de Rhodolfo.
Com Rhodolfo na zaga, Fla viveu sua melhor sequência defensiva (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
Embora tenha feito apenas quatro partidas, e seja um dos defensores com menos minutos acumulados, nas três partidas em que foi titular [Bahia, São Paulo e Vasco] o Flamengo não foi vencido e marcou a sua melhor sequência defensiva até aqui – o único gol sofrido foi na goleada por 5 a 1 sobre a Chapecoense, na qual Rhodolfo entrou no segundo tempo.
Ainda que os gols sofridos contra Palmeiras e Cruzeiro tenham mostrado os espaços grandes entre os volantes e zagueiros, além de terem explorado os espaços deixados pelos laterais, Rafael Vaz não está conseguindo suprir da melhor maneira a ausência de Rhodolfo. Entretanto, será apenas quando retornar o camisa 44 que saberemos se é ele a peça que falta para deixar a defesa rubro-negra mais segura e menos suscetível aos gols adversários.