Em meados de junho, o dono do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaifi, concedeu entrevista à France Football na qual esbravejou contra alguns de seus jogadores: “Eles não estão lá para agradar a si mesmos. E se eles não concordarem, as portas estão abertas. Tchau! Eu não quero mais comportamentos de estrelas”. Coincidentemente, menos de um mês depois o clube vê a sua maior contratação querendo sair, corre por fora para trazer alguns dos nomes mais badalados do mercado e anunciou jogadores que, apesar de bons, estão alinhados com o discurso de Al-Khelaifi: não são estrelas.
Contratado junto ao Barcelona em 2017, por € 222 milhões recordes, para demonstrar o auge do poder de investimento do PSG em seu sonho de ser grande no futebol europeu, Neymar quer voltar para o Barcelona. Os relatos são de que considera ter cometido um erro ao deixar o Camp Nou. Sua passagem pela capital francesa é marcada por lesões nas horas mais importantes e, também, de polêmicas. Outros dois veteranos estelares, o lateral-direito Daniel Alves e o goleiro Gianluigi Buffon, também deixaram Paris após o encerramento de seus vínculos contratuais.
A situação de Mbappé
Quem também ainda segue com o futuro em aberto é Kylian Mbappé, que chegou do Monaco ao PSG por € 130 milhões, terceiro maior valor já pago para ter um jogador. Campeão do mundo pela França e cada vez mais valorizado, o veloz atacante de 20 anos surpreendeu ao dizer que pensava em deixar o PSG. Pedia mais protagonismo e responsabilidade. Quis ser mais valorizado. O Real Madrid apareceu como principal interessado, mas recentemente o prodígio francês indicou uma permanência.
Contratações pés no chão
Seguindo o discurso dito por Al-Khelaifi, o PSG ainda não fez grandes loucuras para fazer contratações. Os únicos dois reforços anunciados até o momento foram Pablo Sarabia, pagando € 18 milhões ao Sevilla, e Ander Herrera, que chega sem custos depois que seu contrato expirou com o Manchester United.
Investimentos baixos para o que o PSG nos acostumou recentemente. Considerando apenas os valores pagos, lógico. Polivalente em posições do meio e também ataque, Pablo Sarabia vem da melhor de suas nove temporadas no futebol espanhol. Foram 22 gols em 52 jogos, além de 15 assistências segundo a Opta Sports.
Já Ander Herrera foi um dos únicos pontos positivos em um Manchester United caótico desde a saída de Sir Alex Ferguson. E já havia demonstrado grande talento em um Athletic Bilbao vice-campeão da Europa League em 2012. Dois excelentes reforços, mas que fogem da característica de estrela mundial e envolta em grandes valores em dinheiro – afinal de contas, duas das maiores contratações da história foram feitas pelo Paris.
Correndo por fora
Não que os parisienses não queiram trazer nomes dos mais famosos. Antoine Griezmann e De Ligt, por exemplo, estão no radar do PSG. Coutinho, em baixa no Barcelona, também é especulado. Entretanto, estão mais perto de Barcelona e Juventus, respectivamente, do que do Parque dos Príncipes.
Seja por ter colocado a culpa em algumas de suas estrelas pela decepcionante temporada anterior, ou porque grandes craques ainda preferem Barcelona ou Juventus em detrimento ao PSG, hoje o clube do Parque dos Príncipes vem implementando uma política nova em suas chegadas. Ao mesmo tempo em que vem sendo mais tímido no vai-e-vem do mercado.