Renato Augusto é craque. Sim, é craque. Um craque nem sempre deve reconhecido apenas por gols, dribles e títulos. Um craque, acima de tudo, precisa ter inteligência. A inteligência é o caminho ideal para ir de encontro com a (decisiva) leitura de jogo. Isso, claro, sem ignorar a técnica.
Na minha humilde opinião, Renato Augusto é muito técnico e também muito inteligente. Fez o gol que alimentou a esperança brasileira de buscar o empate diante da Bélgica. Por muito pouco, muito pouco mesmo, não fez o segundo. Um chute para fora muito bem estudado e que, de acordo com o próprio, lamentavelmente não vai ser apagado tão cedo da memória.
"[Gol ou chance perdida: o que vai marcar mais?] O chute. O chute, com certeza. Na hora que fui chutar, como ele [Courtois] é muito grande, parecido até com o Cássio, procurei tirar mais. Não quis só acertar o gol, procurei colocar bem no canto. Talvez isso tenha me levado a errar a finalização. Depois eu vi que o goleiro já tinha ido mais para o outro lado, então inclinei, e era só ter acertado o gol. Ele não teria tempo para voltar. Mas são decisões que você toma em questão de segundos", explicou.
"Procurei aproveitar o espaço que a zaga tinha deixado. O Tite tinha me pedido para ficar um pouco mais atrás, para dar a bola e alimentar bem o Douglas [Costa]. Só que, quando entrei, vi que tinha um buraco no meio, porque eles estavam preocupados com o nosso lado esquerdo que é muito forte. Vi que tinha um buraco. Fui a primeira vez, na segunda fiz o gol... Pensei: achei o caminho. Na minha cabeça, ali era o jogo. Tive a oportunidade de fazer o segundo gol, mas, infelizmente, a bola não entrou", completou.
Não é preciso ser craque para ter compaixão. Basta ser homem, basta ser justo. Até por isso Renato Augusto, que deveria ter sido colocado em campo contra os belgas logo na volta do intervalo, lamenta o fato de Fernandinho já ser visto por muito torcedores como o "vilão" do Brasil na Copa do Mundo da Rússia.
"Infelizmente, no futebol, ainda existe isso de procurar um vilão, um culpado... Quando ganha, ganha todo mundo. Quando perde, perde todo mundo. Do roupeiro ao presidente. Não é justo colocar uma eliminação nas costas de ninguém. Perdemos, mas perdemos juntos", defendeu.