Richarlison vive um momento espetacular, que foi coroado com os dois gols marcados sobre a frágil El Salvador no amistoso da Seleção Brasileira realizado no último dia 11 de setembro. O excelente desempenho, seja atuando pelos lados do ataque ou mais centralizado, levaram Tite a mantê-lo na lista para os duelos contra Arábia Saudita e Argentina, respectivamente nos próximos dias 12 e 16 de outubro.
E o jogador do Everton, da Inglaterra, não escondeu o quão especial foi aquele primeiro momento de glória com a camisa do Brasil e lembrou de quando ser jogador de futebol ainda era um desafio em que poucos apostavam no seu sucesso.
“Eu lembrei dos problemas que tive enquanto crescia, o quanto eu priorizei o futebol em relação à escola, mas as pessoas diziam que eu não conseguiria, que não era possível. Mas eu consegui graças a minha própria vontade e determinação, e com a ajuda de algumas pessoas da minha cidade”, disse em entrevista publicada pelo The Guardian.
“Alguns dos meus amigos me diziam que eu não teria futuro no futebol, assim como algumas pessoas da minha família, mas eu ainda acreditava no meu potencial. Minha mãe me dizia que eu precisava arranjar um trabalho direito, mas eu não queria nada diferente de ser jogador de futebol. Isso gerou problemas e frustrações ente nós. Foi algo que eu sonhava em fazer e lutei até o final”.
“O meu pai (Antonio Marcus) foi quem me registrou na minha primeira escolinha. Ele acreditou em mim mais do que qualquer pessoa. Acho que meu pai foi quem mais ficou orgulhoso com minha estreia pela Seleção. Ele e meu tio me ligaram antes do jogo e eu disse que marcaria dois gols. Foi um sonho virado realidade quando fiz o meu primeiro gol, um momento que vou guardar pra sempre”.
IDOLATRIA POR NEYMAR
Na longa conversa, Richarlison revelou que Neymar era o seu ídolo de infância (apesar de ser apenas cinco anos separarem os dois), e que recebeu do novo amigo – e companheiro na Dança do Pombo – a camisa da Seleção após a goleada sobre El Salvador.
“Neymar foi meu ídolo desde a minha infância”, revelou. “Eu sempre me espelhei na forma como ele joga, e também tentei imitar alguns de seus cortes de cabelo. Quando eu tinha 12 ou 13 anos eu tive um moicano amarelo. Eu não consegui fazer direito porque não tinha os melhores produtos para cabelo”.
“Eu falei pra ele sobre o corte de cabelo no dia do amistoso, durante o almoço. Todo mundo começou a rir, eles acharam hilário”.
“Eu fiquei com a minha camisa e chuteiras daquele jogo, e vou mandar enquadrá-las. Neymar também me deu a sua camisa de presente. Eu vou enquadrar a minha ao lado da do Neymar e vou colocar em um quarto da minha casa, para as pessoas verem quando forem me visitar”.
INSPIRAÇÃO EM RONALDO E ADRIANO
“Sempre que estamos no caminho para um jogo, eu vejo, no ônibus, os gols do Ronaldo, Adriano e Neymar para buscar uma inspiração. E aí eu entro em campo para tentar replicar o que eles fizeram”, disse.
“Eu também vejo alguns dos meus gols agora, para ver as boas coisas que eu fiz como jogador. Eu tenho meus gols pelo Brasil no meu telefone agora, e no voo entre Nova York e Liverpool eu devo ter visto umas 50 vezes”.