Se o ferrolho é suíço, a retranca é costa-riquenha. O Brasil sofreu mais uma vez diante de uma Costa Rica fechada na defesa desde o primeiro segundo de jogo, mas, desta vez, conseguiu a (nervosa) vitória. Um triunfo por 2 a 0, com gols de Philippe Coutinho e Neymar, conquistado na base do sufoco e também da revolta em São Petersburgo. Oportunidades para um placar mais elástico não faltaram, mas acabaram por parar nas mãos de Navas, no travessão e, por fim, no árbitro de vídeo.
Com espaço de sobra no meio-campo, Philippe Coutinho, Willian e Paulinho tiveram muitas dificuldade para entregarem a bola com qualidade para Neymar e Gabriel Jesus. Culpa da forte marcação adversária. Numa das poucas vezes em que a troca de passes funcionou no primeiro tempo, o camisa 9 até chegou a balançar a rede, mas estava impedido.
Tite, certamente sentindo a necessidade de mais jogadas individuais, resolveu mudar ainda no intervalo. Na volta para o segundo tempo, Willian foi direto para o banco de reservas e deu lugar a Douglas Costa. A alteração não tardou a surtir efeito positivo, tendo o lado direito do ataque passado a ser o grande trunfo brasileiro.
Em menos de 15 minutos, o Brasil esteve muito perto de (merecidamente) inaugurar o placar. Primeiro, Navas salvou uma boa finalização de Neymar. Logo depois, foi vez do travessão tirar um gol de cabeça de Gabriel Jesus.
Ainda abaixo do esperado, o camisa 10 passou a ser mais acionado a partir da metade do segundo tempo. Teve mais uma vez uma grande chance para superar o goleiro costa-riquenho. Porém, chutou cruzado para fora. Aos 33 minutos, participou do lance que poderia ter mudado o cenário do jogo. Poderia, mas não aconteceu. Caiu na área depois de disputa de bola com Gonzalez. O árbitro holandês Bjorn Kuipers inicialmente marcou pênalti, mas mudou a decisão depois de consultar o árbitro de vídeo.
A polêmica jogada mexeu com o brio dos jogadores brasileiros. Quando tudo parecia estar perdido (empatado, na verdade), Philippe Coutinho, com "sangue nos olhos", surgiu para resolver. Meteu a bola para dentro depois de uma pressão que contou com as participações de Marcelo, Firmino e Jesus.
Um gol no abafa que gerou desabafo. Mais leve com a vitória parcial, o Brasil, enfim, se soltou. Não só se soltou como ainda achou espaço para fazer o segundo gol, desta vez de Neymar, aproveitando uma assistência de Douglas Costa e tirando toda e qualquer zica das costas (e do perseguido pé direito).
Após o apito final o camisa 10 do Brasil chorou no gramado e foi consolado por seus companheiros. Coutinho foi eleito o melhor do jogo pela segunda vez.