Foi na segunda tentativa que deu certo para Mohamed Salah. O atacante egípcio se sagrou campeão da Champions League contra o Tottenham após se lesionar e perder mais de metade da final do torneio na temporada passada contra o Real Madrid. Curiosamente, o camisa 11 conquista o caneco em um ano individualmente abaixo do que o anterior.
Pela segunda temporada seguida Salah chegou à final da Champions League, coincidentemente, pela segunda vez consecutiva o egípcio terminou a campanha como artilheiro da Premier League. Dessa vez o prêmio pela artilharia foi compartilhado com Sadio Mané e Pierre-Emerick Aubameyang. O trio balançou as redes 22 vezes no certame nacional. Na temporada passada, porém, o camisa 11 dos Reds balançou as redes 32 vezes e bateu todos os recordes de artilharia.
Curiosamente, na melhor temporada de sua carreira, Salah não conseguiu título, já na seguinte, quando teve que compartilhar mais a responsabilidade e viveu uma certa irregularidade no meio da campanha, o africano coloca seu nome na história ao ajudar o Liverpool a conquistar o troféu mais importante da Europa.
Salah foi criticado muitas vezes na atual temporada. O enraizado imediatismo e as constantes comparações fizeram com que o atacante do Liverpool fosse colocado em dúvida por muita gente, mas a jornada de Salah passou longe de ser ruim. É possível dizer que com um time mais estruturado, os Reds dependeram menos do camisa 11, e isso foi fundamental.
Deve se analisar o crescimento exponencial que Sadio Mané teve nessa temporada. Ele deixou a posição de "terceiro" em importância no trio com Salah e Firmino e em vários momentos assumiu o protagonismo da equipe de Merseyside. Seus 22 gols, que renderam a chuteira de ouro ao lado do companheiro de equipe exemplificam isso.
Além de tudo, Salah teve uma temporada "mais humana" ou "menos extraterrestre". Como quase todos os jogadores, passou por uma má fase e encarou um jejum de oito jogos sem balançar as redes. Voltou a marcar em partida decisiva pela Premier League, contra o Southampton.
Na final da Champions League do ano passado, um golpe de Sergio Ramos tirou o egípcio ainda no começo da partida e impediu-o de lutar pela glória. Nesse ano, porém, além de levantar a "orelhuda", Salah deixou sua marca e fez o terceiro gol mais rápido em finais da história do certame continental.
Mais do que uma "redenção", como tem sido chamado o caso de Salah, cabe dizer que houve um processo de amadurecimento e de maior tomada de consciência em seu papel para o time. A simples frase que usou estampada na semifinal contra o Barcelona que dizia "Nunca desista" agora faz muito mais sentido.