A presença de Jorge Sampaoli em Atlético-MG 4 x 0 Flamengo - jogo que acabou derrubando Domenèc Torrent do comando do Rubro-Negro e resultado na chegada de Rogério Ceni - chamou atenção da Procuradoria Geral do STJD. Além de estar suspenso por ter levado o terceiro cartão amarelo, o treinador foi flagrado usando o celular durante o jogo.
Figura polêmica no futebol, Sampaoli, pela segunda vez no Campeonato Brasileiro, estava impedido de comandar o Atlético-MG por conta do excesso de cartões amarelos tomados - assim como com os jogadores, a cada três, o treinador fica de fora de um jogo. Mas isso não impediu o argentino de estar presente no Mineirão no duelo importante contra o Flamengo.
Dos camarotes, Sampaoli acompanhou ao duelo, o que despertou atenção do STJD. Apesar de não existir uma regra que proíba o treinador suspenso de assistir ao jogo do estádio, no entanto, em momento de pandemia, o número de pessoas permitidas por delegação é limitado, e a Procuradoria vai investigar isso.
"A questão aposta é a seguinte: hoje, com a questão da Covid-19, a regra da CBF é de 42 integrantes, obviamente com comissão técnica e atletas. O que essas 42 pessoas vão fazer lá: trabalhar. Não pode como torcida, não pode ficar na arquibancada assistindo a jogos. E o Sampaoli não poderia estar lá. Então, infringiu a regra, e a Procuradoria atuará no caso do Sampaoli, inclusive, já está sob análise da Procuradoria" disse o procurador Ronaldo Piacente, à Rádio Itatiaia.
Além da presença no estádio, outra conduta de Sampaoli é alvo da Procuradoria. O argentino, durante a partida, foi flagrado pelas câmeras do Premiere usando o seu celular e, agora, a dúvida que fica é se ele estava se comunicando com alguém do banco, algo que é proibido. Apesar de ser algo difícil de provar, o procurador garante que a investigação abordará o assunto.
"Ele estava suspenso. Não pode comparecer nem sequer no setor de camarote. Temos dois fatos a serem analisados. E que serão analisados pela Procuradoria. Um deles é estar no estádio de forma irregular. E a outra é ele usar o telefone, com quem ele estava falando... Nas imagens não mostra que ele estava simultaneamente em contato com o técnico no banco de reserva", disse Piacente.
De acordo com Piacente, a procuradoria deve, sim, oferecer uma denúncia contra Sampaoli ao STJD, diferente do que foi feito na outra suspensão, em 13 de setembro, contra o Bragantino, pela 10ª rodada do Brasileirão.
Na ocasião, o argentino também assistiu à partida dos camarotes do Mineirão, e acompanhado do preparador físico Pablo Fernández, que também estava suspenso. Naquela oportunidade, foi Fernández quem usou o celular durante o jogo.
No entanto, procurado pelo GE.com, à época, Piacente disse que seria prematuro oferecer denúncia contra os dois, uma vez que o STJD ainda tinha protocolos sobre cumprimento de suspensão de treinador em tempos de Covid-19, e, sobre o celular, só viraria alvo de denúncia se houvesse "prova concreta" que ele foi usado para comunicação entre o banco e o treinador.
Para o jogo de sábado (14), contra o Corinthians, na Neo Química Arena, o treinador já poderá voltar ao banco de reservas normalmente, pelo menos enquanto espera o desenrolar do caso.