O Peixe anunciou em julho as contratações do costarriquenho Bryan Ruiz, além de Carlos Sánchez, que estava no Monterrey, do México, e Derlis González, vindo por empréstimo do Dinamo deKiev.
A intenção parece clara. Além de serem jogadores com boa capacidade técnica (Ruiz) e grande aplicação tática (Sánchez), a chegada dos gringos visa trazer mais experiência e força a um setor problemático para o Santos: o meio de campo.
O Peixe joga pelas oitavas de final da Copa Libertadores na terça-feira (21), às 21h45 (de Brasília) contra o Independiente, no estádio que dá nome à competição. O duelo da volta está marcado para a outra terça (28), às 19h30 (de Brasília), na Vila Belmiro.
Confira abaixo o que se pode esperar dos novos gringos do Santos.
Derlis González chegou como uma grande incógnita. O jovem de 24 anos atua como ponta-esquerda e tem números razoáveis, sem grandes expressões. E chega para ser opção de um titular absoluto da equipe: Bruno Henrique. No melhor momento da carreira, Derlis conquistou o campeonato suíço jogando pelo Basel, onde anotou seis gols e 10 assistências em 35 jogos. Ali se destacou e foi para o Dinamo de Kiev, onde não conseguiu manter a mesma forma. Foram 15 passes para gol e 12 tentos em 85 partidas disputadas. O Santos é uma chance para o ponta reencontrar sua boa forma, ajudar o clube a sair da zona da degola e voltar à Ucrânia em boa fase, ao fim do empréstimo.
Carlos Sánchez parece ser a contratação mais "segura" da equipe. Forte na marcação e de uma aplicação e entrega impressionantes dentro de campo, o uruguaio participou de três jogos do Uruguai na Copa do Mundo. Um problema que Sánchez pode enfrentar e que pode acabar compromento jogos importantes de Libertadores é seu passe. Na Copa, a média de precisão de passes foi de 69,5%. Um número baixo para um atleta que atua em uma faixa mais recuada do campo. Como homem que ajuda na construção das jogadas, normalmente espera-se mais precisão de passes em uma área delicada do campo. Por exemplo: Sánchez participou de três jogos no Mundial. Titular em um e reserva utilizado em dois. Os outros companheiros que ocuparam os postos de titulares tiveram 78,9% (Nández), 85,1% (Torreira) e 86,8% (Betancur) de precisão nos passes. E falamos de uma seleção uruguaia que prima por bolas longas.
Entretanto, o grande ponto forte de seu jogo está no confronto físico (não necessariamente desarme). Além disso, é experiente nos fechamentos de espaços. Jogador muito tenaz, sua força nos enfrentamentos físicos pode ser um diferencial para o Peixe na Libertadores, já que a competição continental baseia-se, em grande parte, em duelos com uso de força.
O costarriquenho Bryan Ruiz foi uma das sensações da Copa do Mundo de 2014, na histórica campanha de seu país que foi até as quartas de final. Sendo o camisa 10 da equipe, foi o principal jogador da seleção.
A carreira de Ruiz foi construída e consolidada na Europa. Passou por Bélgica, Holanda, Inglaterra e Portugal, sem nunca ter jogado em um time de primeiro escalão, mas foi figura muito importante no Fulham, da Inglaterra e no Twente, da Holanda. Por característica, sempre jogou como um meia avançado, organizando e distribuindo o jogo. Por isso, tem como característica um bom passe - tanto os mais curtos quanto os mais profundos e complicados. Pode ser uma alternativa interessante para a criação de jogadas, que talvez seja a maior deficiência do Santos há algum tempo. Tem 1,88 de altura e isso também pode ser usado como uma arma importante em bolas aéreas (vale lembrar que foi dele o gol de cabeça que eliminou a Itália de Gianluigi Buffon na Copa de 2014).
Todavia, é de suma importância entender que Ruiz é um jogador "em decadência". E isso não é falado como crítica, mas sim por observação de números e dados de rendimento, levando em conta que já tem 32 anos e parece se encaminhar para o fim de carreira.
Ruiz chegou ao Sporting, de Portugal, em 2015. Na temporada 2015/16 foram 46 jogos, 13 gols, 15 assistências e 3611 minutos em campo. Na jornada seguinte foram 42 partidas, três tentos, oito passes para gol e 2707 minutos jogados. Já na última temporada, a que levou o Sporting a não renovar com a estrela costarriquenha, foram 34 jogos, apenas dois gols, três assistências e 1880 minutos no gramado, ou seja pouco mais da metade do tempo atuando em 2015/16. Vale lembrar que o nível competitivo da América do Sul ainda é inferior ao europeu e isso pode ser uma boa notícia para Bryan, que tem a chance de voltar ao protagonismo em um clube gigante do Brasil.