Em declarações ao 'The Telegraph', Abidal repassou alguns aspectos que marcaram o seu trabalho no 'Can Barça' da secretaria técnica. E ele falou sobre Neymar, quem estava perto de retornar ao Camp Nou.
“Dez dias antes do fim do período de transferência, fui a Paris falar com Leonardo (diretor esportivo do PSG). Se não tivéssemos contratado Griezmann antes, acho que com 100% de certeza poderíamos ter contratado Neymar novamente. Precisávamos de um atacante e quando Neymar estava no Barcelona era incrível", começou Abidal explicando.
Ele ressaltou que "era a posição necessária naquela época", a do brasileiro: "O time precisava de um ponta de verdade. O presidente resolveu contratar Griezmann. Um dos argumentos contra Neymar era que ele tinha um processo judicial contra o clube, não deixando a coisa muito fácil. Disseram que eu teria que interromper o processo judicial se quisesse voltar. Isso não era problema meu porque eu não estava no clube quando aconteceu a disputa. Na minha opinião, poderia ter assinado com o jogador, mas isso não aconteceu".
Sobre Messi, ele tentou esclarecer a polêmica por aquelas suas declarações em que criticou o vestiário do Barcelona por falta de intensidade. “Na minha opinião a equipe precisava treinar mais forte. No meu tempo com Guardiola, era 'você quer o melhor? Ok, você tem que treinar como os melhores. Você vai ganhar tudo, só se trabalhar durante o semana'. Eu só disse isso, nunca falei que os jogadores queriam se livrar do treinador", disse ele.
E revelou que falou pessoalmente com Messi. “Tivemos uma conversa forte, mas posso aceitar. Não tem problema porque tem que ser transparente. Fiquei muito confortável porque ele foi o único jogador que falou assim comigo, o único. Eu respeito isso. Eu Também entendo que Messi é o capitão e queria defender o time, mas eu nunca disse que Messi tinha me mandado demitir o treinador. Nunca”, esclareceu.
Abidal também falou claramente de sua relação com Bartomeu e daquele momento em que Valverde renovou apesar das inúmeras críticas. “Em dezembro de 2018, depois de uma análise completa do técnico, do elenco e da equipe, recomendei que trocássemos Ernesto Valverde, disse ao presidente 'Acho que essa é a decisão a ser tomada agora'. E ele disse 'não, não é fácil'. Ele tomou a decisão de renovar o contrato do treinador dois meses depois, ao contrário do que eu havia sugerido", frisou.
“Claro, aceitei a decisão e continuei a dar todo o meu apoio ao treinador, mas foi um pouco estranho para mim. Quando dispensamos Valverde, estavam na minha lista Pochettino, Setién, Allegri e Xavi Hernández, mas a minha primeira opção foi Pochettino", concluiu o ex-secretário técnico do Barça.