O Real Madrid encontrou em Solari seu novo Zidane. O argentino parecia chegar como um passarinho, mas os resultados o colocaram em um banco que foi elétrico para Lopetegui. Ganhou o direito de continuar, para ser o primeiro treinador com todos os direitos e deveres. Fez isso com um discurso que lembra, e muito, o que Zidane impôs em seu tempo como treinador 'blanco'.
Ambos chegaram com o sorriso estampado e a confiança em seus homens como 'leitmotiv'. É verdade que Zizou entrou no vestiário 'merengue' como o número um, enquanto Solari teve que ganhar o pão em vários jogos que pareciam provas. Em todos eles, o argentino passou com uma nota alta, especialmente em Balaídos.
Solari tocou a tecla que Lopetegui não soube tocar, a mesma que Zidane apertou após a demissão de Benítez. O "Indiecito" ganhou para o vestiário, a direção - há harmonia com os diregentes - e, o mais importante, a trocou a negatividade pelo otimismo. Até a sorte voltou, o que em muitas ocasiões desfrutou do Madrid de Zidane. Os chutes na trave agora são gols, os rivais agora não marcam com tanta facilidade.
Tudo com elegância e o rigoroso conhecimento do clube. Seu pulso não tremeu quando chamou os meninos da base, mas também não se 'casou' com ninguém. As substituições de Asensio e Isco provam isso. Na época, Zidane também lidou com a suplência dos pesos pesados, especialmente de um Gareth Bale que Solari tenta recuperar de todas as formas.
No momento, Solari não conhece uma reprovação ou mau gesto. Em uma coletiva de imprensa, o argentino vence os que estão à sua frente. Lembra Zidane, evitando as diferenças óbvias. O Real Madrid viu, especialmente Florentino Pérez, que de acordo com "Marca" sempre soube que Solari era a opção ideal. Lhe deu as chaves do vestiário, confiando que o 'Indiecito' seja capaz de continuar o caminho vencedor deixado por Zidane.