Alemanha e Argentina se enfrentaram nesta quarta-feira (09), em Dortmund, e o amistoso terminou empatado em 2 a 2. Foi o segundo encontro entre os países depois da final da Copa do Mundo de 2014, mas pela primeira vez o duelo aconteceu em terras alemãs. Até por isso, antes de a bola rolar houve homenagens ao título obtido dentro do Maracanã. Em campo, os donos da casa chegaram a abrir 2 a 0, mas relaxaram na segunda etapa e permitiram o empate.
Argentina e Alemanha são rivais históricos no futebol: basta dizer que já decidiram três títulos mundiais. Mas a grande rivalidade, que deu um clima mais interessante à partida, foi entre dois jogadores da Mannschaft: a disputa pela titularidade sob as traves entre Marc-André Ter Stegen, do Barcelona, e o consagrado Manuel Neuer, do Bayern de Munique. Nesta quarta, Ter Stegen foi o escolhido.
Considerado por muitos um dos melhores goleiros do mundo, brigando forte ao lado de Alisson, do Liverpool, Ter Stegen teve boa atuação apesar de ter visto os argentinos chegarem ao empate. Não teve culpa no gol de cabeça anotado pelos Lucas Alario, em cabeçada, e Ocampos, em finalização que entrou no cantinho de sua trave direita.
Chegou a fazer uma defesa segura, ao interceptar tentativa de Paredes no minuto 69’, mas ao contrário do que havia feito semanas atrás, no mesmo estádio, evitando a derrota do Barça contra o Dortmund na Liga dos Campeões, desta vez o arqueiro revelado pelo Borussia Mönchengladbach viu suas redes serem balançadas. Entretanto, finalizado o duelo, voltou a falar com segurança sobre a vontade de ser titular.
“Para mim foi importante jogar os 90 minutos, porque se você não jogar não consegue provar o seu valor. Eu vou continuar e vou trabalhar”, afirmou.
Ter Stegen quer ser o camisa 1
As palavras foram um pouco mais brandas em relação às de meses atrás, que fizeram iniciar a guerra aberta de declarações com (e em relação) a Manuel Neuer.
Vale lembrar que na preparação visando a Copa do Mundo de 2018, Neuer sofreu uma lesão no pé que o tirou de ação por quase um ano. No mesmo período, Ter Stegen assumiu a titularidade – e inclusive comemorou o título da Copa das Confederações. Entretanto, assim que o jogador do Bayern se recuperou, voltou a ser a primeira opção do técnico Joachim Löw, mas viu a seleção alemã fracassar no Mundial, caindo na primeira fase, e ainda sendo rebaixada na primeira edição da UEFA Nations League.
Em seus respectivos clubes, Ter Stegen leva vantagem em suas atuações mais recentes: ao lado de Lionel Messi, o alemão costuma ser protagonista em jogos – muitas vezes garantindo uma vitória ou evitando derrotas através de excelentes defesas.
Já Neuer ainda não conseguiu voltar à sua melhor forma após a lesão. Aos 33 anos, segue figura importante em seu clube, mas não é preciso voltar muito no tempo para relembrar de falhas que antigamente eram impensáveis, como o gol sofrido para Sadio Mané, do Liverpool, na partida de oitavas de final da Liga dos Campeões que culminou na eliminação dos Bávaros.
A disputa Ter Stegen-Neuer também fez com que o Bayern de Munique, através de seu presidente, criticasse a imprensa alemã e fizesse até mesmo uma espécie de ultimato à seleção. Com resultados ruins às suas costas, o técnico Joachim Löw escolheu uma forma pragmática de lidar com a questão por enquanto: Ter Stegen foi titular no amistoso contra os argentinos, enquanto Neuer estará sob as traves contra a Estônia, no próximo dia 13, nas Eliminatórias para a Euro 2020.
Em algum momento, porém, Löw precisará tomar a sua escolha definitiva: é hora de abrir espaço para o melhor na atualidade, ou insistir com um ícone histórico da seleção alemã?