Thiago Silva admitiu que a seleção brasileira ficou devendo um melhor futebol na estreia da Copa América, principalmente no primeiro tempo, e por isso disse compreender as vaias da torcida. No entanto, ele apontou outro fator como motivo para a impaciência vinda da arquibancada: o preço dos ingressos.
“O preço dos ingressos é muito caro. As pessoas vêm e pagam caro, querem ver show, querem ver gols, e quando isso não acontece é natural que aconteça um pouco de vaia”, opinou o zagueiro.
Com 46.342 pagantes, o público de Brasil x Bolívia gerou uma renda de R$ 22.476.630,00, a maior da história do futebol brasileiro fora a Copa do Mundo de 2014. O tíquete médio de R$ 485, metade de um salário mínimo em uma país com 13 milhões de desempregados, corrobora a visão do zagueiro.
As vaias aconteceram principalmente no intervalo do jogo. Depois de passar os primeiros 45 minutos praticamente em silêncio, as arquibancadas do Morumbi protestaram contra o futebol pouco inspirado do Brasil. Os gols da etapa final deram uma animada pontual, mas não mudaram por completo o estado das coisas no estádio.
Ao fim da partida, Daniel Alves foi outro que disparou contra a situação. “Eu falei antes, na Bahia [onde o Brasil joga contra a Venezuela, na terça] o axé é diferente, as pessoas sentem falta da seleção brasileira, sentem falta dessa energia que o time leva onde passa. Tenho certeza que lá vai ser mais animado que aqui. Tiveram momentos em que, se o Tite gritasse do banco, a gente conseguia escutar em campo”, disse o lateral.
Thiago Silva, no entanto, crê em uma evolução. “A tendência é melhorar. Passou a ansiedade da estreia, é mais que natural e compreensível por parte do torcedor a apreensão, esperando que a gente abra o placar, que jogue bem. Mas nem sempre vai jogar bem. Saímos daqui felizes e a torcida saiu feliz com o resultado”, completou.