Considerado como uma das principais joias das categorias de base do Grêmio, o meia Jean Pyerre, 23 anos, vive uma relação de amor e ódio com o torcedor tricolor. Para muitos o meia tem características de um jogador clássico, de passadas largas e com capacidade de dar assistência para os atacantes com lançamentos inesperados, além de um chute potente de média e longa distância.
Para outra parcela significativa de torcedores, Jean Pyerre até demonstra qualidade, porém muito longe da expectativa criada, quando surgiu na base. Hoje, para muitos, o meia demonstra muita displicência em momentos decisivos durante o jogo.
O novo técnico gremista, Tiago Nunes, poderá ser decisivo para definir se o futuro de Jean Pyerre será na Arena do Grêmio ou em outro clube. Nunes foi treinador do meia na categoria sub-15 e chegou a pedir sua contratação quando comandava o Athletico.
A primeira missão do Tiago Nunes no Grêmio será uma conversa franca e direta com Jean Pyerre, para saber o que o meia deseja para o futuro. O reencontro dos dois poderá ser decisivo para que o meia, enfim, deslanche de vez como a referência que o Grêmio espera.
A direção sempre apostou no futebol do garoto. Em 2020, quando o meia oscilava entre bons e maus momentos, o presidente gremista Romildo Bolzan, junto com o técnico Renato Portaluppi, decidiu dar a camisa 10 para o meia, uma maneira de simbolizar a confiança que o clube tinha no seu futebol.
Porém, jogar com a camisa 10, não foi suficiente para firmar Jean Pyerre como referência técnica. Na decisão da Copa do Brasil, contra o Palmeiras, o meia acabou perdendo a condição de titular para o contestado Thaciano, o que gerou a ira de Eduardo Correa, pai do meia gremista, que gravou um vídeo para um grupo de amigos de WhatsApp xingando Renato Portaluppi por não ter treinado o time de maneira correta na semana da decisão.
Mesmo com uma situação turbulenta, Jean Pyerre acabou despertando interesse em times da Europa e da Major League Soccer. Uma proposta já está na mesa do presidente Romildo Bolzan Júnior, porém esta negociação é tratada em absoluto sigilo, podendo ser definida ainda esta semana.
Como o Grêmio é um time que está bem financeiramente - no último ano fechou as contas com um superávit de R$ 38 milhões - vender Jean Pyerre não é uma questão de vida ou morte para as finanças do clube. A venda passa por uma questão de o Grêmio ainda ter ou não convicção no futebol do meia.