Tite ocupa o cargo máximo de um treinador brasileiro: a Seleção. Portanto, quer aproveitar a honra e a responsabilidade do posto para transmitir uma mensagem que crê ser justa para os profissionais de sua categoria.
Enquanto explicava sua lista de convocados para amistosos contra Estados Unidos e El Salvador, que ocorrerão em setembro, o gaúcho fez um discurso pedindo maior estabilidade.
"Quando eu era técnico do Veranópolis, torcia para que o treinador da Seleção falasse algo para termos mais estabilidade. Agora vou fazer isso. Queríamos que tivesse uma união, que só assumíssemos um clube por ano, inclusive em questões legais. Gostaria. Para que tenhamos uma estabilidade maior. Para o dirigente pensar dez vezes para escolher o técnico. É fácil dizer que é mais simples demitir um do que a equipe inteira. Não é. Só cheguei aqui porque pessoas acreditaram na minha competência e na minha conduta", disse o técnico na sexta-feira (17).
Tite teve uma carreira no futebol gaúcho durante a década de 1990 e explodiu no cenário nacional quando conquistou a Copa do Brasil de 2001 com o Grêmio. Depois de trabalhos vencedores em Internacional e, especialmente, Corinthians, assumiu a Seleção em 2016.
"O presidente do Caxias disse que não entendia de futebol, mas confiava no meu trabalho. Os técnicos precisam de tempo, não tem mágica. Quando perde, começa o burburinho. O boleiro fala: 'o homem vai cair'. No Goiás, em 2004, lembro que estava difícil, o Cuca era o técnico, mas o presidente bancou. Disse que não sairia ninguém, que se fosse para ser rebaixado, seria todo mundo. Eles deram uma guinada e quase classificaram. Tinha Josué, Danilo, um ótimo elenco."