Na véspera do amistoso com a Rússia, marcado para a próxima sexta-feira (23), às 13:00 de Brasília (16:00 de Lisboa), o técnico Tite conversou com a imprensa e analisou o grau da dificuldade de enfrentar o adversário, visando a preparação final para a Copa do Mundo.
"A preparação nossa traz componentes importantes para a Rússia. Primeiro um país-sede, contato com o povo russo, nos aproximarmos do lado humano e saber que o esporte agrega também. Estarmos no clima, não só no frio, mas humano também. Da energia, atmosfera. A qualidade que tem a Rússia, independentemente de vir com linha de 5 ou 4. A Rússia empatou com a Bélgica e a Espanha 3-3, perdeu 1-0 para a Argentina, traz grau de dificuldade alto, independentemente do sistema. Utilizar Coutinho na faixa central do gramado eu gostaria de ter e vai acontecer.", disse.
Após o duelo com a Rússia, o Brasil ainda terá o último amistoso, contra a Alemanha, na próxima terça-feira, às 15:45 de Brasília (18:45 de Lisboa), no Olympiastadion, em Berlim.
Outros pontos da coletiva:
Virtude de capitães: "Eu também não penso no jogo final, penso no próximo passo, fazer da melhor maneira possível. Tenho um pouquinho de inteligência de saber que só posso chegar lá na frente se o próximo passo for bem feito. Consolidando como equipe, meu lastro como técnico remete a essa forma. Alisson diz que é uma honra, paralelamente é uma responsabilidade maior. De disciplina, alto nível técnico, sendo que cada um tem uma virtude. O Renato tem a capacidade de falar em termos táticos com muita fluência, ele tem esse domínio. Casemiro, Fernandinho, e outros. Alguns têm de forma competitiva no comportamento, na forma de ser. Miranda é um. Dani é um. Outros pela história, terem passado por grandes clubes, pressões, técnicos. Meu sentido de passar a capitania é de orgulho, mas de assumir tua responsabilidade também."
Equipe sem Renato Augusto: "É o time que fez o trabalho tático que viram no início, é essa a equipe. Temos atletas de alto nível, e eles competem. Aprendi que técnico de Seleção é diferente de clube. Às vezes um atleta do clube não está bem, aqui a competição é um tom acima. Um está bem e outro está melhor, são de alto nível jogando muito em seus clubes. Assim como Willian saiu em determinado momento porque Coutinho estava arrebentando, agora Willian está arrebentando, volta e traz variação tática com o Coutinho por dentro."
Ausência de Neymar: "O Neymar é insubstituível. Pelo alto nível e qualidade que tem, pelo Top 3 que é. O Douglas Costa não vai substituir o Neymar, vai ser Douglas Costa. Temos que assumir responsabilidade de ser forte enquanto equipe. Não posso colocar nas costas do principal atleta, do mais midiático, a solução das coisas. Kaká disse que foi considerado melhor do mundo porque a equipe estava muito bem. O último Bola de Ouro brasileiro, mas fala da força da equipe, é grandeza. Neymar será forte se a equipe for forte. Não gostaríamos que ele tivesse isso, nem ele, nem Filipe Luís, nem Alex Sandro, fora por se machucarem."
Esquema tático: "Na fase ofensiva é 4-3-3, sem abrir mão de ter meio-campo forte, com sempre um dos jogadores porque o futebol passa pela imposição do meio-campo em sua capacidade criativa, lúdica, um jogador vai compor essa posição. Não vai ter teste nenhum. É oportunidade e quem não estiver bem terá seu substituto, mas não premedito nada, e não acredito que se faça assim. É a capacidade de ler o jogo, o que possa ser importante e um atleta que possa contribuir. Não tenho tempo para ver como é um atleta para convocar depois."
Novos convocados: "Sempre ajudando, oportunizando, procuro conversar para se sentirem o mais à vontade possível e conseguirem desenvolver tudo que sabem. Cheguei ao Ismaily e disse que iria exercer a mesma atividade que faz no Shakhtar, com liberdade de criar. Para ele ter naturalidade e apresentar o que pode. A partir daí a gente consegue observar lado emocional, olhar a finalização, nível de concentração. Temos que potencializar esse tempo."