Holanda e Alemanha se enfrentarão às 16h45 deste domingo (24), em Amsterdã, longe de viveram os seus melhores momentos. Os alemães passam por uma grade reformulação depois da eliminação na fase de grupos da Copa do Mundo de 2018 e rebaixamento na UEFA Nations League. Do outro lado, apesar de viver um bom momento hoje, os neerlandeses ficaram ausentes do último Mundial e Eurocopa.
Mas o que não falta é história quando estas seleções entram em campo. A partir da década de 1970, Bayern de Munique e Ajax mostraram que os países apareceriam como as duas grandes potências continentais. Craques como Beckenbauer e Johan Cruyff deixaram isso evidente, mas os jogaços e as polêmicas não acabaram por aí. Afinal, a rivalidade já existia desde a invasão da Alemanha à Holanda na Segunda Guerra Mundial – motivada também pela culpa neerlandesa de não ter lutado oficialmente contra os nazistas.
Final de 1974
Com um grande esquadrão, a Holanda chegou à final da Copa de 1974 com todo o favoritismo apesar de os alemães jogarem em casa. Durante o torneio, o time treinado por Rinus Michels, que entrou para a história como Carrossel Holandês, eliminou Brasil e Argentina no caminho até a decisão. No entanto, assim como já havia feito em 1954 contra a Hungria, a Mannschaft levou a melhor e ficou com o título: 2 a 1, de virada (Neeskens abriu a contagem de pênalti, Breitner e Müller garantiram o triunfo alemão).
Disputa decisiva em 1978
Quatro anos depois, na Argentina, os holandeses não tiveram Johan Cruyff... mas levaram a melhor sobre o algoz teutônico. As equipes disputavam um lugar na finalíssima através do Grupo A, que também contava com Itália e Áustria. Os holandeses empataram em 2 a 2 com os alemães, em duelo que marcou a ascensão holandesa rumo ao topo da tabela. Os neerlandeses chegaram à finalíssima, mas foram novamente derrotados pela equipe que recebia o torneio em seu país.
A vingança holandesa
Apesar do que houve no Mundial de 1978, foi apenas dez anos depois que a Holanda de fato sentiu um gosto de vingança em relação aos alemães. Novamente sob o comando de Rinus Michels, mas com uma nova geração de craques – como Van Basten, Ruud Gullit e Ronald Koeman – a Laranja Mecânica bateu a Alemanha por 2 a 1 na semifinal da Euro 1988 antes de triunfar contra a União Soviética e conquistar o seu primeiro e único troféu.
A polêmica de Koeman
23 de marzo de 2019
O grande nome daquela semifinal foi o zagueiro Ronald Koeman, curiosamente o atual treinador da seleção. Após o apito final da partida, inebriado pela euforia, o defensor causou o ódio dos torcedores alemães no estádio do Hamburgo. Koeman trocou de camisas com Olaf Thon e deu um destino impensável para a peça: esfregou-a em suas nádegas, como se estivesse a limpar-se.
Cuspe e vitória alemã
Alemães e holandeses voltaram a se encontrar em um mata-mata de Copa do Mundo na Itália, em 1990, e apesar dos craques distribuídos de ambos os lados, o duelo entrou para a história por outra razão: o meio-campista Frank Rijkaard se desentendeu com o atacante Rudi Völler e, num ato intempestivo, cuspiu no alemão.
Em meio à confusão instaurada, o árbitro expulsou Rijkaard e, de forma surpreendente, também sobrou para Völler. O atacante ainda tentou mostrar ao juiz argentino Juan Carlos Loustau o cuspe recebido, mas não bastou. Em campo, gols de Jürgen Klinsmann e Andreas Brehme garantiram a vaga na final – Koeman descontou, de pênalti, nos minutos finais. A Alemanha levantaria o título.