Atingir a elite do mundo do futebol nem sempre é um caminho de rosas. Em certas ocasiões, especialmente em áreas realmente conflitantes, os jovens são afetados por circunstâncias externas que podem inviabilizar seus sonhos no esporte. Algo que viveu Michael, revelação do Brasileirão 2019, embora neste caso fosse por sua própria vontade. Joga no Goiás, clube com o qual jogará a Copa Sul-Americana, com grande parte da culpa de Michael.
Ele tem 23 anos e várias das grandes equipes do Brasil suspiram por ele, mas há três anos ele estava em uma situação muito diferente, como ele próprio se lembrou em sua entrevista para a Rádio Sagres. Ele chegou a ficar totalmente encurralado.
"Eu gostava de lidar com o narcotráfico, simplesmente porque gostava da coisa errada. Depois da sexta vez que eles tentaram me matar, Deus me disse: 'Está tudo bem!'. Fui à igreja e uma mulher me contou tudo o que aconteceu na minha vida", começou Michael.
"Eles tentaram me matar seis vezes. Fumei maconha, cheirei cocaína e clorofórmio, tomei ácido. Acabei vendendo drogas, fumando e roubando. Fiz muitas coisas das quais não me orgulho. Mas foram coisas que aconteceram na minha vida e é por isso que peço desculpas. Uma vez, na frente da minha casa, um cara enfiou uma arma na minha cabeça e não teve coragem de atirar", reconheceu o brasileiro.
Um conjunto de circunstâncias que o levaram a um beco sem saída: "Era vício. Fumei e bebi por vício. Não estava destinado a amenizar nada. Eu era tímido, travesso. Entrei no mundo das drogas por isso. Meu pai sempre trabalhou e me deu tudo o que ele podia, não o que eu queria Entrei por ser preguiçoso, desonesto. Não precisava, mas a maioria das pessoas também não. Também valorizo meu pai e minha mãe hoje. Eu estava errado, mas o mais importante é agir e parar".
Três anos depois, ele se tornou o jogador revelação do Campeonato Brasileiro e um objeto de desejo por clubes como Santos, Palmeiras e Flamengo. E ele jogará, se não mudar de time, a Copa Sul-Americana.
December 10, 2019