O Girona-Barça, marcado durante o dia por ser o primeiro duelo da Liga visto nos Estados Unidos, não será lembrado como um dos grandes confrontos da história do campeonato. Foi um dérbi vibrante, com alternativas, mas o resultado final tirou todos o tipo de impacto aos almanaques. Ganhou quem era esperado e fê-lo com sobriedade, quase pensando mais no Sevilla do que no próprio clube catalão.
Messi voltou à titularidade e a presença do argentino já era um motivo para não perder o jogo. O argentino, que não estava tão fechado como em outras ocasiões, voltou a patentear o seu excelente momento de forma. Marcou um golo, deu pelo menos mais dois, que foram arruinados pelos seus companheiros de equipa e aproveitou o jogo ofensivo de um Barcelona em que tanto Suárez como Coutinho não souberam aproveitar as oportunidades.
Depois de um arranque a frio, Semedo adiantou os de Valverde no marcador com o seu primeiro golo como jogador do Barça. O Português perseguiu uma bola solta na área e puniu a falta de fome do Girona, que mais uma vez mostrou que não está no melhor nível. O 'matador', Stuani, não estava com pontaria, e Portu, uma sombra do jogador elétrico que estava há um ano, praticamente não apareceu.
O golo não mudou muito o cenário. O Barcelona dominou mais pela inércia do que pelo bom jogo e chegava mais à baliza pela insistência do que pelas triangulações precisas. Enquanto isso, os de Eusebio tiveram o suficiente para permanecer vivos no jogo, uma vez que, não tiveram o início feroz de outras ocasiões.
Um agarrão de Jordi Alba a Stuani em que o árbitro, Fuertes González, e o VAR ignoraram começou a acender o público de Montilivi. Depois,chegou a primeira ocasião do Girona, um cabeceamento de Alcalá que subiu muito antes da má saída de Ter Stegen.
A controvérsia não foi vivida apenas em uma área. No outro lado, Messi aparentemente sofreu uma falta, mas a queda do argentino foi vista como simulação e de novo Fuertes González e os assistentes ignoraram. Antes, Coutinho tinha tentado um "mano a mano" que marcou francamente mal perante um Bono enorme.
Nem a agitação da polémica manteve acordado um Barça que optou por relaxar metade do primeiro tempo e por ai adiante. O Girona ganhou força e avisou com um cabeceamento de Portu e com um cabeceamento duplo de Pere Pons e Stuani, que tiveram de salvar Ter Stegen e na linha de golo Piqué.
O vermelho mudou tudo
O descanso não pareceu fornecer a sanidade necessária a um Barcelona que continuava a olhar em excesso para o futuro sem resolver o presente. Depois de voltar dos balneários, novamente Stuani esteve a um suspiro de bater Ter Stegen numa nova chegada ao contra-ataque que o alemão resolveu com sucesso.
O uruguaio teve uma terceira oportunidade após uma sesta inexplicada de Busquets na frente. Como nos anteriores, Ter Stegen reagiu com suficiência.
A ação decisiva para a evolução do encontro ocorreu entre as duas ocasiões do charrúa. Uma ligeira entrada por trás de Bernardo a Luis Suárez causou ao central do Girona o segundo amarelo e, apesar dos protestos, o encontro não foi mais o mesmo para os de Eusébio.
Como o jogo declinou em intensidade, o melhor Messi apareceu. O argentino, que já tinha deixado Coutinho sozinho na primeira parte numa das suas poucas aparições, não perdoaria no um para um com Bono depois de uma assistência formidável de Jordi Alba.
O 0-2 lançou um Barcelona que, mesmo com a vitória na mão podia ter goleado. Luis Suarez, duas vezes, e Coutinho, novamente com uma finalização horrível no um contra um com Bono, poderiam estender o resultado, mas pareciam guardar os golos para o jogo da segunda mão da Taça contra o Sevilha. Uma partida da taçaque, inconscientemente, marcou um dérbi que tinha reservado níveis muito mais altos.