Zé Ricardo busca isolar os jogadores do Vasco da Gama do clima de ebulição política em São Januário, enquanto Julio Brant e Eurico Miranda se digladiam na Justiça para definir quem será o presidente do Cruzmaltino.
A última decisão judicial, do Superior Tribunal de Justiça [STJ], manteve o cenário favorável para Brant, ainda considerado vencedor do pleito realizado no final de 2017. No entanto, a chapa “Reconstruindo o Vasco”, de Eurico Miranda, entrou com pedido de agravo regimental que será analisado pelo próprio STJ apenas no dia 2 de fevereiro. No final da noite, porém, a juíza Maria Cecília Pinto Gonçalves, da 52ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, decidiu que Eurico, Brant e Fernando Horta - que desistiu de pleitear a sua vaga no dia da votação para apoiar Brant - terão que gerir o clube no período de vacância presidencial. Um caos.
Ou seja: dias após o primeiro jogo contra o Universidad de Concepción, do Chile, na segunda fase da chamada pré-Libertadores. A contenda, a primeira de duas que o Gigante da Colina terá de passar para chegar na fase de grupos, definirá os rumos da temporada para o clube de São Januário e o torcedor se pergunta: poderia o caos político influenciar o desempenho nas partidas válidas pelo torneio continental?
Independentemente do resultado, o que fica evidente é que este cenário político no mínimo não ajuda. Mas a certeza de que o trabalho fica mais difícil é quando se analisa as saídas de Mateus Vital e Anderson Martins, respectivamente para Corinthians e São Paulo. Longe de ter uma transição no poder tranquila, o Vasco vê um de seus jovens mais promissores sair cedo e para um adversário do Brasil.
Pior é ter perdido Anderson Martins, zagueiro que foi a coluna central do time na ascensão que deu, através da recuperação na tabela do Brasileirão, vaga para a Libertadores. Sem o defensor em campo, a equipe constantemente ficava mais exposta.
O desafio contra o Universidad de Concepción, marcado para 31 de janeiro no Chile, e 7 de fevereiro em São Januário, é uma incógnita como grande parte dos confrontos eliminatórios disputados no continente americano.
Até o momento, contratações [Erazo, Rafael Galhardo, Riascos, Luiz Gustavo, Rildo e Desábato] chegaram para deixar o time mais forte. De certa forma, é um sinal que mesmo em meio ao caos o Vasco conseguiu encaminhar alguns nomes. Mas em um esporte cada vez mais estudado no qual diminuir ao máximo possível as chances de perder é o primeiro passo para ganhar, o Cruzmaltino esbanja os erros mais básicos de todos: a indefinição da liderança e total ausência de tranquilidade dentro da instituição.