Os 'colchoneros' nunca se esqueceram da época 2020-21. Guardarão na história e, como testemunho, têm o troféu nas suas vitrines.
Diego Pablo Simeone valorizou aquilo que foi conquistado. Já ganhou uma Liga em 2014 e voltou a fazê-lo vários anos depois. Para os que o acusam de se fazer de vítima, deixou claro que para ele não é assim: vê por cima do Atlético o Real e Barça.
''As pessoas pensam sempre que procuro o vitimismo, mas a realidade é que o Real e o Barça na história foram quase sempre superiores. Pelas equipas, em todos os anos que tiveram que competir. Isso não quer dizer que no ano compitas sejas melhor. Aconteceu-nos em 2014, fomos melhores. Aconteceu em 2021, que fomos melhores, mas isso não quer dizer que tenhamos sido superiores'', analisou numa entrevista concedida a 'Marca'.
Essa postura nada tem que ver com o conformismo, nem muito menos: ''Sabemos o nosso lugar e queremos melhorar, mas isso não é vitimismo. Cada um interpretra o que quer, a realidade é que o Real, Barça, Manchester United, PSG, City, Bayern...são os históricos, mas não é por isso que vão ganhar sempre''.
Desmarcou-se também da etiqueta do clube do povo. ''Eu não vendo nada. Conto o que sinto. Nos últimos anos não entendiam quando falava de transição e vai acontecer com todos. Nós levamos isso de uma maneira muito competitiva'', aprofundou.
Para Simeone, como Zidane, a Liga é mais complicada que a Champions, ainda que conseguir a 'Orelhuda' seja um sonho dos 'colchoneros'. ''A Champions é o nosso sonho, mas a Liga é o torneio mais díficil de todos'', apontou.
Em relação à temporada, destacou o papel de Suárez. ''É fácil falar dele, sempre o demonstrou. Aquilo que disse da 'zona Suárez': eu não sou adivinho, mas sim um homem do futebol e sabia que era a sua hora'', disse em referência à reta final, em que disse que o uruguaio seria chave para ganhar a LaLiga.
Também se referiu à grande temporada de Llorente. ''Encontramos-lhe uma posição em que sente mais cômodo. É mais importante. Cresceu de forma incrível e ainda não tem limite'', opinou.
Pediu tempo para João Félix: ''Nem todos amadurecemos da mesma maneira. Esta temporada arrancou de forma extraordinária, mas um problema no tornozelo dificulta o seu jogo. Espero que tenha a regularidade que mostrou em outubro. Joga bem e há que lhe encontrar lugar. Não importa a quantidade de minutos que jogue mas sim a qualidade''.
Falou sobre a possível saída de Saúl. ''Sabem melhor que ninguém o pediu e que foi Saúl a querer. Depois de tanto tempo, os jogadores precisam de ar fresco...A última temporada custou mais, ainda que tenha competido e jogado muitas partidas. Está claro que, na competição com Lemar, se estivesse estado bem no final, teria jogado Lemar'', apontou.
No departamento de chegadas, valorizou De Paul e admitiu que lhe fez uma chamada: ''Não ligou a todos. A ele sim. Disse-me: 'Cholo, disse ao meu clube que o Atlético era a única equipa onde queria jogar'. Respondi-lhe: 'vemo-nos em 20 dias'. E aqui estamos'', disse entre risos.
Por último, desejou o melhor para Griezmann, do qual se especula um regresso. ''Tenho uma boa relação com ele e a sua família. Quero o melhor para ele e oxalá deixa o Barça. Não está conosco. Quero o melhor para um jogador que nos deu tudo''.