A primeira coisa que Rueda procurou fazer assim que chegou ao Flamengo foi ajustar a defesa. Na época, a equipe vivia uma crise no sistema defensivo e vinha levando muitos gols. Sem muito tempo até o primeiro jogo contra o Botafogo, pela Copa do Brasil, ele trocou a estratégia principalmente em relação aos laterais.
O treinador colombiano segurou os laterais, fechando a defesa e formando praticamente uma linha de quatro no sistema defensivo. Mas para não prejudicar o poder ofensivo, sacou Márcio Araújo e colocou Cuellar, que tem o passe mais qualificado. Um pouco mais a frente, Willian Arão com Diego armando as jogadas.
Apesar disso, o jogo de Rueda se baseia e muito na profundidade, por isso, tanto Berrío quanto Everton procuram a linha de fundo a todo tempo. Ao mesmo tempo, a dupla tem a responsabilidade de marcar e prender os laterais adversários na defesa.
O contra-ataque é a arma preferida do treinador colombiano, que gosta de dar espaço ao adversário, roubar a bola e sair em velocidade principalmente utilizando os pontas. É mais ou menos dessa forma que ele espera estruturar o Flamengo.
Juan Felipe Moncada Rico, repórter da 'Goal' na Colômbia, explicou o estilo de Reinaldo Rueda e como ele gosta de armar as duas equipes.
"Seus time se baseiam sempre em uma defesa muito forte, com dois laterais rápidos de boa pegada. O contra-ataque é uma arma poderosa de seus times, pois define muito bem. Ele entrega a bola, convida o adversário a atacar para sair pelos lados do campo em busca dos atacantes que sempre estão instruidos para se deslocar e receber a bola no mano a mano".
Nessa estratégia, muito usada no Atlético Nacional onde Rueda conquistou vários títulos, Berrío se transformou em peça fundamental. Por ser um homem de confiança do treinador tem status de titular no Flamengo ainda que seja criticado pelos torcedores. Juan lembrou que o jogador também foi de críticas na colombia mas deu a volta por cima.
"Berrío fui muito criticado em seu início no Nacional, era pouco técnico e perdia muito a bola. Mas Rueda o colocou na ponta direita e aproveitou sua velocidade e chegada no ataque. Assim jogava no Nacional, se vê o time que ganhou a Libertadores, a maioria dos gols sairam em contra-ataques em minutos definitivos dos jogos".
Apesar de saber armar uma equipe bem para o contra-ataque, Rueda pode enfrentar alguns problemas no Flamengo. Historicamente o time 'Rubro-Negro' é uma equipe que se impõe nas partidas e dificilmente abre mão disso.
Não é fácil imaginar um Flamengo que pertmida o dominío do adversário para dar o bote e aí sim atacar. Vale ressaltar também as características dos atletas que Rueda tem na mão, como por exemplo, Diego e Everton Ribeiro, jogadores mais técnicos e menos velozes, que trabalham bem a bola no meio-campo e não podem ficar no banco de reservas.
Pensando nesse aspecto, Juan garantiu que Rueda sabe armar times para dominar os jogos.
"Se conta com jogadores que respondam seu planejamento não há problema, Rueda também sabe dominar jogos. Com Equador, chegou ao Mundial dominado cada jogo que jogou. Baseando se em um meio-campo combinado entre jovens e veteranos".
Os próximos comprimissos de Reuda pelo Flamengo são os duelos contra o Avaí, no domingo, e o jogo decisivo contra o Cruzeiro, pela final da Copa do Brasil.