A cada rodada que passa o torcedor são-paulino fica mais preocupado com o time e menos confiante de que o clube conseguirá escapar do primeiro rebaixamento da sua história no Campeonato Brasileiro. Com o empate por 2-2 com a Ponte Preta, no último sábado (9), no Morumbi, o 'Tricolor' quebrou seu recorde de permanência no Z-4. Já são 11 rodadas entre os quatro últimos quebrando a marca de dez em 2013, quando se salvou da queda para a Série B após a chegada de Muricy Ramalho.
Outro dado que chama muita a atenção é o número de gols sofridos. O São Paulo tem a segunda pior defesa do Brasileirão empatado com a Chapecoense, que também foi vazada 35 vezes. As duas equipes só levam vantagem em comparação ao lanterna Atlético-GO (36).
A grande maioria desses gols sofridos, inclusive, aconteceu após a chegada de Dorival Júnior. Em 11 jogos, são 21, média de 1,91 por duelo. Com Rogério Ceni, a defesa foi vazada 11 vezes em 11 confrontos.
Com o atual treinador, o time balança mais as redes dos adversários (18 contra 10), mas o número de gols acaba sendo ofuscado pelo péssimo desempenho defensivo, que voltou a falhar bastante mesmo após duas semanas só de treinos no CT da Barra Funda.
Se tudo isso já não bastasse, a comissão técnica ainda precisará resolver problemas internos por conta de uma crise entre dois dos principais jogadores do elenco: Rodrigo Caio e Cueva.
Na última quinta-feira (7), o zagueiro disse em entrevista coletiva que o meia “precisa querer se ajudar”. Após o empate contra a Macaca, o peruano, que entrou aos 43 minutos da etapa final, correu sozinho para o vestiário. Depois, na zona mista, se negou a dar entrevista e disparou: “Fala com o Rodrigo Caio”.
Alguns minutos depois, Rodrigo Caio passou pela zona mista e não quis falar com a imprensa. Um dos líderes do elenco, Hernanes tentou minimizar a situação.
“Depois de um jogo como este que tínhamos de tudo para vencer e não ganhamos, irrita todo mundo. Provavelmente o Cueva ao ouvir alguma reclamação que o Rodrigo fez, aumentada pelos veículos de comunicação, se irritou. Foi ali do momento. O Rodrigo falou e o Cueva rebateu. É um empate. Na próxima semana conseguiremos trabalhar tranquilamente. A gente está fazendo muita tempestade em copo d'água. Foi uma coisa normal. No treino acontece de um xingar o outro. A exposição dos veículos de comunicação é que talvez não deveria ser feita. Não vejo motivo para o a diretoria tem que intervir. Não é nada demais”, declarou o Profeta.
Em entrevista coletiva, Dorival Júnior negou que o grupo esteja rachado, mas prometeu trabalhar internamente essa questão.
“Em momento nenhum você vê um grupo rachado. Você vê um grupo querendo buscar o resultado. A partir do pênalti, você viu uma mudança do jogo. Eu não vi uma equipe rachada, eu vi uma equipe lutando, buscando o jogo, não uma equipe frustrada”, afirmou.
O comandante terá agora mais uma semana para trabalhar a equipe visando outro confronto direto na luta contra o rebaixamento. Sem Jucilei e Edimar, suspensos, o São Paulo encara o Vitória, domingo (17), às 16:00 de Brasília (20:00 de Lisboa), no Baradão. Jonathan Gomez e Júnior Tavares devem ser os substitutos do volante e do lateral, respectivamente.