O pedido de demissão do técnico italiano Cesare Prandelli não foi bem digerido no Valencia, mas se de um lado recebeu duras críticas do conselheiro-executivo da equipe, Anil Murthy, o treinador também foi à imprensa para explicar os motivos de sua decisão.
“Uma pessoa que não encontra soluções, que decidiu que este não é seu desafio, que se deu por vencido, que somou seis pontos em três meses, procura desculpas para ir embora (...) Que tipo de pessoa espera que o clube consiga cinco ou mais contratações de 26 anos a uma semana da abertura do mercado? Quem, com a experiência dele, decide que não pode fazer nada mais para o time melhorar?”, indagou Murthy.
Em resposta, Prandelli convocou uma entrevista coletivo “em respeito à cidade e aos torcedores”, na qual deu o seu ponto de vista.
“Tinham me explicado que em janeiro reforçaríamos a equipe, em uma viagem que estive em Cingapura com o senhor Peter Lim (dono do clube)”, disse o italiano, que afirmou que o atacante Simone Zaza era o grande objetivo: “havíamos concentrado todos os nossos esforços”.
“Eu falei com o pai e depois com Simone, que aceitou. Em uma longa conversa, ele me disse que estava muito feliz de vir para o Valencia. Então, mandei uma mensagem para Suso e Layhoon para finalizarem a contratação imediatamente. Era importante que, no dia 27, chegasse um jogador desse calibre”, explicou. “Voltamos no dia 27 e o jogador não estava. Pedi explicações em uma conferência de vídeo com o presidente, e me disseram que eu teria que escolher entre um atacante ou um meio-campista, e que teria que responder em 24h. Aí eu pensei que alguma coisa estava errada”.
“A cidade de Valencia sempre me passou um belo carinho, e por respeito a todos eu tomei a decisão mais adequada. Não quero seguir cambaleando, e renunciei um importante valor em dinheiro para sair com a cabeça alta e sabendo que fiz todo o possível”, concluiu.