Keita Baldé (25) virou notícia nos últimos meses pelo seu ativismo, que ajudou e deu voz aos trabalhadores de Lleida durante a pandemia do coronavírus.
O jogador denunciou também o racismo que esse grupo sofre: "As vidas dos negros importam se você se chama Keita Baldé, mas se é um trabalhador temporário de Lleida, a tua vida não importa", disse em declarações ao 'El Mundo'.
"Sentia que tinha que fazer algo, que tinha que ajudar. Entrei em contato com eles, mas não eu não queria palavras, não queria falar. Queria ações, fatos. Havia pessoas que precisavam", revelou.
Os trabalhadores viviam em condições bem precárias e, apesar do atacante do Mônaco se dispor a pagar a estadia deles em hotéis, alguns estabelecimentos se negaram a recebê-los. "Talvez não queriam alugar nada a um rapaz de cor", expôs.
"Dormiam na rua, entre caixas de papelão. Trabalham 13 horas por dia, por 25 euros. Têm de comprar comida, procurar onde dormir... Não roubam ninguém. E, na Espanha, precisamos de gente trabalhadora para que apanhe a fruta nos campos. Precisamos. Mas se não tratas bem quem trabalha para ti...", avançou.
"Financiei um colégio e uma mesquita no Senegal, ajudei a Europa durante a pandemia. Gosto de ser assim, desde pequeno que sou assim. Um rapaz de coração, de partilha. No final de cada ano partilhava a roupa que o Barça me dava e as chuteiras que a Nike me enviava", concluiu.