A estratégia da Seleção brasileira para driblar a altitude boliviana

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Neymar em treinamento pela Seleção do Brasil. Goal

O Brasil vai ficar apenas oito horas no local da partida. Entenda os motivos para tal decisão.

Tite fez a sua estreia como treinador da Seleção Brasileira na altitude equatoriana, e em meio às dúvidas sobre como seria o desempenho a 2.850 metros de altura, os 3-0 sobre os donos da casa [com dois gols de Gabriel Jesus e outro de Neymar] impressionaram.

Naquela oportunidade a comissão técnica chegou ao local da partida com 3 dias de antecedência, para ajudar na aclimatação dos jogadores às condições equatorianas. Agora, a Seleção ficará na cidade de Santa Cruz de la Sierra, a 400 metros do nível do mar, e sobe para La Paz horas antes do pontapé inicial. Mas por que mudar a estratégia que deu certo anteriormente?

Em entrevista coletiva concedida em Teresópolis, o fisiologista da Seleção, Luiz Antônio Crescente, explicou que a diferença de 800 m entre as cidades equatoriana [considerada “altitude média”] e boliviana [“altitude grande”] são o motivo principal. Isso porque, segundo apontado em estudos, os efeitos da altitude grande costumam aparecer após cerca de 6 a 8 horas de exposição.

"A altitude assusta muitas pessoas, mais por desconhecimento do que propriamente pela situação. Existem três efeitos que ela provoca: fisiológicos, mecânicos e clínicos. A nossa estratégia é para diminuir os clínicos: dor de cabeça, mal estar... Levaremos o que é necessário para evitar isso. O que falta lá em cima é ar. A densidade é menor, assim como a quantidade de oxigênio que entra no pulmão".

Por isso, a programação de treinos no Brasil não teve nenhum cuidado específico em relação à altitude. A estratégia estipulada, principalmente para recuperar o fôlego dos 11 jogadores no intervalo, está no uso de cilindros de oxigênios individuais para cada um dos titulares.

“Vamos chegar em cima da hora e sairemos depois do jogo. Até mesmo para acelerar a recuperação de olho na partida contra o Chile. Em relação aos efeitos fisiológicos e mecânicos, precisaríamos de três semanas a um mês. É impossível. Por isso vamos minimizar os sintomas que sentimos quando estamos lá. Sabemos que os componentes existem e vamos enfrentá-los por mais que seja uma reação individual. Alguns vão sentir mais, outros nem tanto", seguiu Luiz Antônio Crescente.

A Seleção sairá de Santa Cruz de la Sierra e tem chegada programada para 14:10 em La Paz. Até o início do jogo, marcado para às 17:00 de Brasília (21:00 de Lisboa)) serão cerca de 3 horas expostos à altitude.

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