A razão por trás da mudança Dourado-Lincoln e por que ela não ajudou o Flamengo
O jovem atacante deu maior mobilidade, criou chances... mas ainda é muito novo para assumir grandes responsabilidades no time. Está aí o erro crucial
Treinador interino do Flamengo, Maurício Barbieri surpreendeu quando resolveu substituir Henrique Dourado, autor do gol rubro-negro no empate por 1-1 contra o Santa Fé, pelo jovem Lincoln no início do segundo tempo.
O Ceifador, principal contratação do clube na temporada, não deixou o gramado feliz, e depois do jogo, que terminou com um resultado decepcionante para o Flamengo, Barbieri explicou o motivo de sua mudança.
“A gente tentou ajustar o posicionamento para a bola chegar mais no centroavante. Dourado estava com dificuldade por não ter a mobilidade do Lincoln. Apesar da idade, é um grande jogador e de muita técnica”, disse.
Em campo, o jovem atacante de apenas 17 anos seguiu o roteiro imaginado pelo professor. Na comparação com Dourado, se movimentou mais na intermediária e até mesmo na grande área – onde tocou mais vezes na bola do que o centroavante trazido do Fluminense [5-2].
Além disso, só não criou mais oportunidades de gol do que Lucas Paquetá [foram 3 de Lincoln contra 4] e quase fez o gol na única finalização que tentou, em meio a um bombardeio do ataque rubro-negro.
Lincoln fez tudo isso, mas de pouco adiantou. Porque foi mais na base de uma vontade bruta, afobada. Normal para alguém de 17 anos. O menino saía da área para ajudar na construção ofensiva, mas o que acabou faltando foi exatamente um finalizador como Dourado. Faltou o cara que coloca pra dentro.
Dourado é mais experiente do que Lincoln: em idade, vivência e futebol. E ainda que o menino tenha um grande potencial para o futuro, não pode ser, hoje, opção para substituir o artilheiro do Brasileirão de 2017 em início de segundo tempo. Mesmo que o atacante não esteja correspondendo s expectativas nele depositadas: foram apenas 5 gols em 12 jogos até aqui.
Barbieri pensou bem a substituição, e Lincoln fez exatamente o que lhe foi pedido... mas se revolveu um problema [da movimentação] com a mudança, o treinador interino também criou outro: o Flamengo não teve faro de gol pra resolver um jogo que tinha tudo para não se complicar.