Oito anos do último grande jogo de Balotelli. Ainda vale a aposta?

BeSoccer há 3 anos 1k
Balotelli brilhou em 28 de junho de 2012 pela Itália contra a Alemanha na semifinal da Eurocopa. AFP

Italiano despontou como um centroavante de alto nível na Euro de 2012, mas não repetiu a performance desde então; Flamengo poderia ter mudado seu rumo.

28 de junho de 2012. A Itália, desacreditada, encara a renovada e poderosa Alemanha na semifinal da Eurocopa, na Polônia. Parecia ser protocolar a passagem dos germânicos para uma revanche na final frente à Espanha, mas um jovem Mario Balotelli fez o grande jogo da sua carreira.

Em um espaço de 15 minutos, marcou de cabeça e em um contra-ataque diante de Neuer, dando aos italianos a chance de apenas se defender até o final da partida para assegurar uma vaga na decisão. Özil ainda descontou nos acréscimos, mas a noite era de Balo.

A história, aliás, parecia perfeita para o brilho. Um jovem negro, de 21 anos, triunfando em um país que sofre com o racismo e a xenofobia até internamente, numa disputa Norte-Sul. A sequência da carreira do centroavante, porém, não contribuiu para que isso se expandisse.

Desde aquela mágica partida, Balotelli foi muito mais marketing do que futebol bem jogado. Então no Manchester City, depois de um início promissor na Inter de Milão, ele passou por Milan, Liverpool, Nice, Olympique de Marselha e Brescia, onde atuou na última temporada.

Seu grande ano neste período foi de 2017/18, quando marcou 28 gols em 36 jogos pelo Nice, mas a equipe terminou apenas na oitava colocação do Campeonato Francês. O desempenho despertou interesses e ele teve a chance de ir a Marselha, mas não correspondeu. Em duas temporadas desde então, apenas 44 jogos disputados e 13 gols marcados.

A chance no Flamengo

Mesmo desacreditado, Balotelli chamou a atenção do técnico Jorge Jesus e teve proposta para vir ao Flamengo. A chance de vê-lo jogar no Brasil agitou o Rio de Janeiro e mobilizou uma força-tarefa para que ele se sentisse bem acolhido longe da Europa.

O goleiro Júlio César, ídolo rubro-negro que jogou com Balo na Inter, ligou para o ex-companheiro para perguntar se ele sabia da responsabilidade que teria pela frente. Jorge Jesus disse que um centroavante como ele "fecharia" o elenco para aquele esperado segundo semestre.

Gabigol, que teve passagens apagadas por Inter e Benfica, foi tratado como exemplo para a capacidade de Jesus de "recuperar" jogadores como Balotelli. Parecia tudo pronto, mas ele optou por acertar com o Brescia, permanecendo na Itália.

O desfecho para o Flamengo, como todos sabem, acabou sendo perfeito mesmo sem o italiano. Quiça algum rubro-negro possa pensar que ele teria feito coisa melhor na chance de Lincoln contra o Liverpool, no Mundial de Clubes, mas essa parte fica apenas no imaginário.

Aliás, será que Balotelli aceitaria ser apenas uma opção no excelente sistema ofensivo do Mengão? Ou arranjaria problemas por ser pouco aproveitado, repetindo questionamentos sobre o seu comprometimento, como feito no próprio Brescia?

O que se sabe é que, prestes a completar 30 anos de idade, Balo não é nem perto do que se imaginou ao vê-lo brilhar no começo da carreira, com o ponto alto daquela noite em Varsóvia. Cabe a ele mostrar se ainda é uma boa apostar no seu futebol.

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