CBF toma decisão populista e usará árbitros de vídeo na hora errada

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árbitros de vídeo chega ao Brasil. Goal

Sem testes nem preparação, é possível que novos erros apareçam por causa da nova tecnologia

A CBF tomou a atitude certa, mas na hora errada. É assim que pode ser resumida a nova decisão da entidade, de colocar árbitros de vídeo nos jogos do Campeonato Brasileiro, a partir da próxima rodada. A maioria dos fãs de futebol quer ver a tecnologia em campo, mas fazer isso repentinamente é um perigo enorme.

Ficou evidente que a CBF só fez isso por causa do gol de mão de Jô, que decidiu a vitória do Corinthians neste domingo (17). O Vasco fez muita pressão política e de alguma forma conseguiu essa mudança radical e totalmente populista.

Chefe da Comissão Nacional de Arbitragem, o coronel Marcos Marinho confirmou que a tecnologia será utilizada de qualquer forma. "Não importa quanto custar". Curiosamente, antes a CBF alegava que não implantaria o sistema por falta de dinheiro.

Mas é evidente que o problema do árbitro de vídeo não é o custo. É a polêmica que ele pode causar. Não basta apenas usar tecnologia. Tem que saber como fazer isso. A Fifa, quando resolveu implementar a ajuda eletrônica em jogos internacionais, decidiu que faria testes aos poucos.

A maior experiência aconteceu no Mundial de Clubes do ano passado. E foi um desastre: algumas decisões demoraram demais para acontecer, outras foram erradas mesmo com a tecnologia e teve até gol anulado e revalidado depois. A Copa das Confederações também serviu como laboratório e já teve um resultado melhor, ainda que outras polêmicas tenham acontecido.

Existem diferentes estruturas para árbitros de vídeo pelo mundo

Todo esse problema foi ótimo para o desenvolvimento da tecnologia no futebol. Eles precisam acontecer para que seja encontrada a melhor forma de usar os vídeos. O que não precisa acontecer é ter testes na reta final do campeonato mais importante do Brasil. 

O país não tem sequer uma estrutura consolidada para árbitros de vídeo. Aconteceram testes com diferentes formatos no Campeonato Pernambucano, mas nenhum foi 100% aprovado. Agora uma reunião nesta terça-feira (19) definirá todos esses detalhes, que terão que ficar prontos em três dias, em dez cidades diferentes.

Alguns erros de arbitragem serão evitados com certeza. Mas outros tipos de erros acontecerão. A repercussão dessas falhas poderia ser pequena e útil se acontecessem em campeonatos estaduais, por exemplo. Mas no meio do Brasileirão elas ficarão expostas demais e podem até prejudicar o futuro do uso da tecnologia no futebol brasileiro.

 

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