Com Jorge Jesus, Arão achou equilíbrio que não teve com Abel

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Com Jorge Jesus, Arão achou equilíbrio que não teve com Abel. AFP

O meio-campista cresceu muito de desempenho desde a chegada do treinador português, evoluindo especialmente na parte defensiva de seu jogo.

Nos 11 jogos do Flamengo desde a chegada de Jorge Jesus, Gabigol e Bruno Henrique se colocaram como os grandes destaques individuais. Afinal de contas, os atacantes seguem marcando gols decisivos com incrível assiduidade. Entretanto, nenhum jogador viu o seu status junto com a torcida mudar tanto quanto Willian Arão. Tudo isso graças a uma melhora em campo, é claro.

O meio-campista está desde 2016 no Flamengo. O seu início encantou os torcedores, mas depois demonstrou uma irregularidade que passou a irritá-los. Com Abel Braga, a sua permanência entre os titulares era um dos motivos de maiores reclamações em 2019. Quando Jorge Jesus chegou, a expectativa era de vê-lo relegado aos reservas, com Gustavo Cuéllar ocupando a função à frente da zaga e três meia à sua frente. Não foi o que aconteceu.

Jesus surpreendeu pela forma como entendia o futebol de Arão, a quem vem tecendo grandes elogios e inclusive até mesmo já chamou de “patinho bonito” – em contraste com a história infantil da ave que é rejeitada pelos seus pares. Mas a verdade é que, sob o comando do português, o camisa 5 vem impressionando a cada partida, independentemente se é escalado ao lado de Cuéllar ou se fica sozinho à frente da zaga.

Os elogios mais recentes vieram após a vitória por 1 a 0 sobre o Internacional, no jogo de ida das quartas de final da Libertadores, quando foi um de tantos destaques. Ao lado de Filipe Luís, foi líder em desarmes [8]; junto de Gabigol, foi quem mais deu passes-chave para os companheiros [2].

Mas também é possível ver a sua evolução se considerarmos os números do Brasileirão. Com Jorge Jesus, Willian Arão passou a ser um jogador mais equilibrado: não abandonou as subidas ao ataque, uma de suas marcas registradas, mas passou a defender mais e melhor. Sob o comando de Abel Braga, o jogador desarmava com sucesso em 66,6% de suas tentativas no Brasileirão. Com JJ, o número subiu para 76,9%. O aproveitamento no passe também subiu – de 86% de acerto com o antigo técnico para 88,7% agora.

Tudo isso sem abandonar a vocação ofensiva. Apesar de pisar menos na área, finaliza mais. Equilíbrio é uma virtude na vida, e uma arma poderosa no futebol. Hoje, Willian Arão é um jogador que sabe equilibrar suas responsabilidades: desta forma, melhorou e ajudou o time a melhorar.

Enquanto segue assim, os elogios do treinador não param: “em relação ao Arão, não sei qual era a forma de olharem a qualidade dele. Eu sempre olhei o Arão, antes de ser treinador dele, sempre achei um jogador de muita qualidade. E depois que comecei a trabalhar com ele, tive a certeza disso. Ele está jogando um futebol de alto nível, muito competitivo, é um touro”, afirmou, após a vitória sobre o Inter.

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