Compactação, dedicação e gol: Botafogo ganhou do Nacional com a força do meio-campo

BeSoccer há 6 anos 749
Excelente jogo do Botafogo em Montevidéu. Goal

João Paulo, Lindoso, Bruno Silva e Matheus Fernandes foram os grandes destaques no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores.

O Botafogo largou na frente do Nacional, no duelo das oitavas de final da Libertadores, ao ganhar em Montevidéu por 1-0 o jogo de ida. Partida complicada, dura e repleta de faltas. Logo nos primeiros minutos, os donos da casa desperdiçaram duas chances claras e ainda teve um pênalti a favor dos uruguaios que não foi marcado pela arbitragem.

Mas não foi isso que tirou o mérito de um Botafogo que, mais uma vez, mostrou uma valentia gigantesca.

A vitória, que dá uma leve vantagem para a volta [marcada para o dia 10 de agosto], teve como personagem principal o meio-campista João Paulo. O camisa 11 do 'Glorioso' na Libertadores já vinha demonstrando a sua importância em campo, ao ser ao mesmo tempo combativo e criativo. E se faltava apenas o gol, ele enfim veio.

E teve uma importância também por ter sido contra a melhor defesa dentre os clubes que avançaram de fase, ao mesmo tempo em que o Botafogo não tem o melhor dos aproveitamentos em conversão por gol em chances criadas [11,22%, número menor apenas aos de Emelec e do próprio Nacional].

Entretanto, com uma exibição tão boa de todos os jogadores do meio-campo não seria justo exaltar apenas o desempenho de João Paulo. O Botafogo ganhou o primeiro duelo exatamente no setor central do gramado. Justamente onde a bola foi mais disputada [em 55,8% do tempo, segundo números da Opta].

Além de João Paulo, Rodrigo Lindoso, Bruno Silva e o jovem Matheus Fernandes seguraram muito bem a pressão dos uruguaios e dificultaram a chegada tranquila dos adversários nas cercanias da área.

Atuando mais próximo dos atacantes Rodrigo Pimpão e Roger, no 4-4-2 'alvinegro', João Paulo foi o jogador com melhor aproveitamento em passes certos dentre os que arriscaram um mínimo de dez: 91,4%. Soube segurar a posse de bola, e teve muito destaque sem ela.

Afinal de contas, quando os jogadores uruguaios começaram a forçar o segundo cartão amarelo que poderia render uma expulsão João Paulo soube diminuir o combate e, ao mesmo, tempo, ocupar de maneira inteligente os espaços. Não entrou na provocação do Nacional. Seguindo o pedido de Jair, esteve mais presente na área e em seu único toque por ali estufou as redes pela primeira vez após 28 jogos.

Considerado por muitos o grande nome do Botafogo com a bola nos pés em 2017, Bruno Silva também conseguiu evitar o segundo cartão amarelo. Além disso, se mostou decisivo ao participar – mesmo que sem querer – do lance do gol e foi quem mais retomou a posse de bola para a equipe 'carioca' [10 vezes].

Jogador que mais distribuiu passes em campo do lado 'alvinegro', Rodrigo Lindoso só não acertou mais do que João Paulo [85,1%]. Vale ressaltar que mais da metade de seus passes aconteceram no campo de ataque.

Ao falar sobre a exibição de Matheus Fernandes, Jair Ventura classificou o jovem de 19 anos como “um veterano”. E o camisa 24 fez, de fato, um de seus melhores jogos pelo clube que o revelou. Foi quem mais efetuou desarmes [5] ao mesmo tempo em que mais sofreu faltas [3].

Um pouco mais recuados em relação a João Paulo, a trinca deu a sustentação para o bom resultado. Embora não esteja com meio caminho andado para as quartas de final, já que a vantagem – apesar de boa – não é elástica, o Botafogo venceu o Nacional usando, principalmente, a força do seu meio-campo.

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