A difícil pré-temporada do Cruzeiro em 2020

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Crise financeira e dívidas no Cruzeiro de 2020. Goal

Após rebaixamento, situação do Cruzeiro se complica cada vez mais.

Desde o rebaixamento era certo que o ano de 2020 não seria fácil para o Cruzeiro, mas as manchetes recentes mostram que está sendo muito mais difícil do que era de se esperar. 

Desde o final de 2019 , notícias sobre os cortes de verbas, problemas de dívidas, compra e venda de jogadores e processos judiciais assombram o time mineiro durante esse início de temporada. Além de problemas do passado que estão voltando para atormentar o clube.

Segundo a 'Goal' esses são os bastidores do Cruzeiro.

CORTE DE VERBAS

Como consequência do rebaixamento, o faturamento anual do clube diminuiu muito. O orçamento que ano passado era de R$ 850 milhões, caiu para R$ 80 milhões, segundo Saulo Fróes, presidente do conselho gestor, em entrevista ao site oficial do clube.

Com isso, o Cruzeiro chegou a cogitar um teto salarial de R$ 150 mil, conforme disse Vittorio Medioli, CEO do clube ao Globoesporte.com, mas a ideia agora é que a média compense para a folha de pagamento se encaixar nos cofres do time, portanto o teto poderá ser flexibilizado. 

Para economizar o máximo possível a raposa vem tomando medidas firmes, como a demissão de quase 100 funcionários e venda de 50% da frota de veículos que tinha. 

Também por conta disso, o time vem encontrando dificuldade para contratação de reforços, já que teriam que desembolsar uma grande quantia para uma reestruturação definitiva do time. 

DÍVIDAS

Um dos grandes problemas do clube é a questão das dívidas, que já chegam a R$ 800 milhões, conforme confirmado pelo presidente do conselho gestor, em entrevista ao site oficial do clube.

As dívidas principais são relativas aos salários e direitos trabalhistas atrasados dos jogadores que, segundo o site 'O Tempo', estavam há quatro meses sem receber.

Com isso, o jornalista Jorge Nicola, em seu canal do 'Youtube', falou sobre uma possível greve dos jogadores, que não entrariam em campo na primeira rodada do Campeonato Mineiro, causando WO para a Raposa e, consequentemente, mais contas a pagar. A possibilidade do WO foi descartada pelo técnico Adílson Batista e pelo zagueiro Léo, durante a coletiva do clube. "Se eles não entrarem, entram os meninos. É assim que funciona.", disse o técnico.

PROCESSOS JUDICIAIS

O time mineiro também enfrenta uma série de processos movidos na justiça.

O mais recente a ser noticiado foi aberto por um de seus patrocinadores, o Bem Protege, um clube de benefícios que tinha acordo com o clube até ano passado.  A empresa alega que o Cruzeiro descumpriu uma das cláusulas do contrato que tinha como objetivo promover o patrocinador, além de pedir danos morais por conta das crises e investigações que envolvem o nome do clube. O Bem Protege cobra R$ 2.450.800 do Cruzeiro.

Além disso, o STJD também acumula processos contra o clube. 

Um deles é sobre uma irregularidade na compra do atacante Willian, hoje no Palmeiras. A transação do jogador aconteceu em 2014, junto ao Zorya, da Ucrânia, que alega que o Cruzeiro não depositou 1,5 milhão de euros pela compra. Por conta disso, o clube deve começar a Série B com seis pontos a menos, conforme punição estipulada pela FIFA, mas a decisão ainda está pendente, isso porque o Cruzeiro recorreu à Corte Arbitral do Esporte, órgão máximo da justiça desportiva.

Outra punição prevê que o time tenha que jogar fora de casa. A perda do mando de campo se deu devido à uma confusão em um clássico Atlético-MG. Mas a situação ainda pode piorar, como resultado da briga ocorrida no jogo que decretou o rebaixamento do clube, na última rodada do Brasileiro de 2019.

Também correm na justiça processos movidos pelos próprios jogadores do clube que tentam a rescisão contratual, como é o caso do zagueiro Fabrício Bruno, o volante Éderson, o meia Thiago Neves e o atacante David.

REPASSE DE JOGADORES

Para a diminuição da folha salarial, além de estipular o teto salarial, o Cruzeiro pretende vender alguns jogadores, seja por não estarem sendo aproveitados, ou por terem um salário muito alto, como é o caso de Thiago Neves. Mas até para vender os jogadores o clube está enfrentando dificuldades, isso porque os times não estão interessados. 

Neves é o nome mais cotado para deixar o clube, ele é visto como "peneleiro" e a torcida tem ele como um dos principais culpados pela queda. Além de ser considerado pivô para a saída de Rogério Ceni, com menos de um mês à frente do clube. 

CAOS SEM FIM

Isso tudo sem falar das crises políticas e institucionais , além das investigações de corrupção e lavagem de dinheiro que assombram o clube desde o ano passado. 

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