De Dunga a Tite, os principais pontos da classificação da Seleção para a Copa do Mundo

BeSoccer há 7 anos 439
A caminhada do Brasil até ao Mundial'2018. Goal

Performance mudou da água para o vinho e Brasil se torna a primeira equipe a garantir vaga no Mundial de 2018.

A noite desta terça-feira(28) foi histórica para o Brasil que após vencer o Paraguai tornou a primeira seleção a carimbar uma vaga na Copa do Mundo da Rússia em 2018. Com três a zero no placar e uma ajudinha do Peru, que derrotou o Uruguai, a Canarinho conquistou a classificação com quatro rodadas de antecedência.

Algo impensável há um ano, quando o Brasil empatou com Uruguai e Paraguai e ficou em situação delicada na tabela de classificação. Na ocasião, o trabalho de Dunga era contestado, Neymar apontado como um garoto mimado e a atual geração chamada de "perdida". O foco se voltou para a preparação para os Jogos Olímpicos que começou na Copa América Centenário, outra competição fracassada do Brasil.

Desde que por ironia do destino, o Peru, que ajudou o Brasil a carimbar a vaga na Copa nesta terça, foi o responsável pela eliminação da Seleção Brasileira da competição centenária, em junho, muita coisa mudou. Dunga deu lugar a Tite que conquistou oito vitórias em oito jogos somando 24 pontos, o mesmo número de pontos da Colômbia, atual vice-líder das Eliminatórias.

Sejamos justos, do elenco que vinha sendo convocado por Dunga para o que Tite vem trabalhando poucas coisas mudaram. O atual treinador voltou com o "camisa 9" e apostou em Gabriel Jesus que deu muito certo. 

A diferença, como muitos jogadores fizeram questão de frisar, estava no clima, um clima muito mais leve e amistoso, diferente daquele clima de guerra que Dunga fazia questão de implantar na Seleção. O famoso "nós contra todos". 

A conquista do ouro olímpico foi um fator importante na caminhada de Tite, mesmo de longe, fez parte daquilo, primeiro abrindo mão de comandar a equipe e depois, auxiliando Rogério Micale. A atmosfera criada durante a competição, principalmente na reta final e o resgate do orgulho do torcedor brasileiro com a Seleção foi fundamental. 

Em seguida, um importante duelo contra o Equador fora de casa, a primeira partida de Tite no comando da Seleção e um tabu de 33 anos para derrubar. 33, o número com que Gabriel Jesus se consagrou no Palmeiras e foi exatamente dele, a aposta de Tite, que saiu o caminho para a vitória. Uma estreia impressionante. 

Na segunda partida, uma vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia o suficiente para colocar o Brasil na vice-liderança e dar a tranquilidade que faltava no início do ano. Vitórias contra Bolívia e Venezuela colocaram a Seleção na ponta das Eliminatórias. Desde então, os olhos do mundo sobre a Canarinho mudaram, de uma Seleção que vivia na ressaca do 7 a 1, o Brasil passou a se impor novamente, como a pentacampeã que é.

Na décima primeira rodada, o maior desafio de Tite até então, encarar a Argentina de Messi, no Mineirão, palco do fatídico 7 a 1. Com o emocional impecável, o Brasil fez uma grande partida sufocando os hermanos desde o primeiro minuto e aplicando uma goelada por 3 a 0 com show de Neymar, Coutinho e companhia.

Naquele momento, Neymar já não era mais o garoto mimado e sim um craque que joga em prol de sua equipe e como consequência do enorme talento brilha também individualmente. Paulinho, contestado no início, mostrou ser peça importante do esquema e a troca de Willian, que não atravessa um grande momento, por Coutinho, também foi crucial para que a Seleção reencontrasse a boa fase.

Em campo, uma Seleção que diminuiu os espaços, adiantou a marcação desde o atacante até os zagueiros, priorizou a movimentação e tem no seu meio-campo o ponto mais forte da equipe. 

O Brasil terminou o ano vencendo o Peru e começou 2017 com a missão de manter o bom desempenho do ano passado e encarando, logo de cara, o Uruguai, vice-líder e até então time com uma grande campanha assim como a Canarinho. No estádio centenário lotado, o Brasil voltou a mostrar a sua força.

Viveu uma experiência que Tite ainda não conhecia na Seleção, começar uma partida perdendo, mas mostrou tranquilidade para, mesmo diante de um grande adversário, não se desesperar e lutar pelo resultado. Conseguiu uma vitória fantástica ficando há um passo da Rússia.

Contra o Paraguai, outra vez uma postura interessante, o time de Arce abriu mão do jogo e se fechou na marcação criando certa dificuldade para a Canarinho. O Brasil, que não conseguia penetrar na defesa teve tranquilidade para girar a bola e achar os espaços para chutar de longe. No segundo tempo, o jogo ficou um pouco mais aberto. 

Oito jogos, oito vitórias, um técnico querido, um time consistente e o passaporte carimbado para a Rússia. Um início tão arrasador que nem mesmo Tite esperava. A pergunta agora é como conter a euforia e trabalhar para que o Brasil não perca o foco.

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