Gabigol, o atacante que faltava para fazer o Flamengo sonhar

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Gabigol, o atacante que faltava para fazer o Flamengo sonhar. Goal

Desde 2013 um jogador não fazia tantos gols pelo Rubro-Negro, mas o atual camisa 9 é ainda melhor como jogador.

O Flamengo não teve apenas um herói na épica remontada contra o Emelec, que levou, após nove anos e quatro campanhas, o time de volta às quartas de final da Libertadores da América. Podemos citar, por exemplo, o 100% de aproveitamento dos batedores na disputa de pênaltis, a defesa de Diego Alves e o apoio espetacular da torcida. Mas é impossível não listar Gabigol, que mais uma vez decidiu com gols e demonstrou grande sintonia com a camisa que veste.

Foram os dois gols marcados pelo camisa 9, ainda no primeiro tempo - igualando o placar sofrido semana passada no Equador -, que mantiveram o Rubro-Negro vivo na disputa. O primeiro dos tentos, aos 10’, foi convertendo pênalti polêmico sofrido por Rafinha, que livrou Gabriel de uma eventual culpa por uma grande oportunidade desperdiçada minutos antes: a batida desde a marca da cal foi consciente, no canto oposto ao do goleiro Dreer. Pouco depois, o atacante apareceu como fator surpresa na área para, de primeira, fazer o segundo e levar os torcedores à loucura.

 

 

Se não tivesse sentido dores na coxa esquerda, Gabigol talvez pudesse até mesmo ter acabado com a tensão que seguiria depois. O seu ritmo diminuiu no segundo tempo, até ser substituído por Reinier, e do banco de reservas o artilheiro do time na Libertadores – com quatro gols, superando os três de Everton Ribeiro – virou apenas um torcedor, função, diga-se de passagem, que não deve ter sido difícil de se assumir, tamanho o entrosamento rápido que vem tendo com as cores rubro-negras. O resultado se manteve e a classificação precisou ser definida nos pênaltis, terminando desta vez com final feliz para o Clube da Gávea.

Já em meio às comemorações, Gabigol era um dos mais animados. O sorriso sendo misturados aos de seus companheiros e, também, com os da torcida. Aos 22 anos, o atacante vive o seu melhor momento sob o ponto de vista ofensivo [a média de 0,6 gols por jogo é a maior de sua carreira], e há cinco anos o Flamengo não tem um centroavante que balançou tanto as redes.

Considerando a temporada 2019 como um todo, o maior goleador do futebol brasileiro no momento alcançou a marca de 22 bolas nas redes. O último atacante do Fla que atingiu um número maior foi Hernane, o “Brocador”. Em 2013, ano de título de Copa do Brasil, foram 36 gols em 58 jogos. Para chegar aos mesmos 22 feitos por Gabigol, Hernane demorou mais partidas [37 a 33], embora a média seja basicamente igual.

Apesar dos números parecidos, a diferença entre Gabigol e Hernane, que faz qualquer torcedor rubro-negro sonhar com o retorno dos grandes títulos, está na qualidade no futebol de cada um: o “Brocador” teve um único ano espetacular, sendo o cara que “apenas” empurrava a bola para as redes. Gabigol é melhor, mais técnico e completo como jogador. Ter um camisa 9 tão bom, e em fase tão matadora, explica por que este Flamengo, cujo elenco é o melhor e mais habilidoso das últimas décadas, pode sonhar com os principais títulos que estão em disputa.

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