Bale precisa dizer adeus ao Real Madrid

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Bale precisa dizer adeus ao Real Madrid. Goal

Lesões e apatia em momentos importantes relegaram o camisa 11 a um papel secundário na equipe; renovação do elenco passa pela saída do galês

A temporada 2018/19 de Gareth Bale pode ter sido a última com a camisa dos Merengues. Caso seja, a derrota de 2 a 0 contra o Bétis no último domingo (19) foi o fechamento de uma passagem que parecia ser promissora, mas se encerra com frustração de ambas as partes.

A possbilidade de ser vaiado em um possível discurso diante da torcida seria grande. Ainda mais levando em conta que, mesmo após seis anos vivendo na Espanha, ele não conseguiu alcançar fluência na língua espanhola.

A saída parece o caminho ideal para ambas as partes seguirem no futuro próximo. O problema é descobrir qual será a equipe que aceitará bancar a mudança de ares do galês, principalmente após um ano repleto de lesões, poucos jogos e falta de atuações que dessem a impressão de que ele ainda pode ser importante.

O Manchester United seria uma possibilidade, mas Ed Woodward já tentou a alternativa de apostar em jogadores que atravessavam fase ruim e não deram retorno nos Diabos Vermelhos. Bastian Schweinsteiger, Falcao García e Alexis Sánchez são alguns dos exemplos de maus negócios.

Além disso, o planejamento traçado pelo treinador Ole Gunnar Solskjaer não indica a inclusão de um atleta com as características de Bale.

O Tottenham é outro cogitado como destino provável para Gareth. A política orçamentária de gastar pouco, porém, não inclui arcar com o alto salário do galês, seja com um empréstimo ou compra em definitivo. O retorno ao clube londrino seria fantástico em termos de contexto, mas não é certeza de que o retorno em desempenho seria garantido.

O contrato de Bale é o ponto crucial para que, no momento, ele se sinta 'amarrado' ao Real Madrid. Com contrato válido até 2022 e salário de 350 mil libras semanais (cerca de R$ 1.8 milhão), as cifras envolvidas afastam a possibilidade de que qualquer time tenha poder para influenciar sua saída.

O fato é que ele não demonstrou ser o líder de um Real que sentiu falta de Cristiano Ronaldo na primeira temporada sem o português. O catástrofe da eliminação na Champions League e a falta de competitividade a nível nacional são alguns exemplos da apatia que se instalou no clube.

Sempre visto como segundo na escala hierárquica do time, ele nunca se mostrou com senso de comando e assumiu a responsabilidade em momentos críticos.

Sem dúvidas, ele não deixou a desejar em situações cruciais desde sua chegada, em 2013, quando desembarcou em Madri como contratação escolhida pessoalmente pelo presidente, Florentino Pérez. A atuação na final da Copa do Rei contra o Barcelona e o gol da final contra o Atlético de Madrid são alguns exemplos de que, quando saudável, ele poderia colaborar.

Mas, como senso comum, a consistência passou longe de ser a palavra que representasse sua trajetória. Na derrota contra a Real Sociedad em casa, por exemplo, ele foi flagrado deixando o estádio antes do apito final. Um mês depois, contra o Levante, ele se recusou a participar do aquecimento com os outros jogadores, marcou um gol de pênalti e empurrou os companheiros na comemoração.

A falta de comunicação na língua espanhola o levou a ser criticado repetidamente pelos veículos de imprensa locais. Seu empresário, Jonathan Barnett, disse em uma oportunidade que "os torcedores do Real deveriam beijar seus pés". Isso certamente também não ajudou em nada.

Por fim, quando se observam apenas os números, Bale não deixou a desejar. Ele marcou gols, conquistou títulos mas nunca retornou de maneira completa o investimento feito.

A provável chegada de Eden Hazard faz com que seus dias estejam contados. A ascensão de Vinicius Junior, que viveu boa temporada de estreia com a camisa merengue também torna pouco importante a presença dele no elenco. Não importa o que aconteça, ele está fadado a não ser a estrela que o Real Madrid esperava.

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